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Aberto nos anos 20, o Café Chiado tinha um quarteto a tocar ao almoço e à noite e era poiso de estudantes, literatos, jornalistas e escritores. Desapareceu em 1963.
Nas publicidades publicadas na imprensa, o Café Chiado, que existiu entre 1925 e 1963 nos números 58-60 da Rua Garrett, não fazia as coisas por menos. Além de proclamar que lá se bebia “o mais fino café”, acrescentava ser “o mais elegante e confortável de Lisboa” e que servia “almoços, chás elegantes, torradas”. No mesmo sítio, tinha estado antes o lendário e selecto Café Marrare, ou Marrare do Polimento, a que se seguiram uma sapataria e duas alfaiatarias.
O Café Chiado tinha, como muitos outros, uma tabacaria à entrada, e quis mostrar que fazia a diferença na Baixa, pelo que contratou um quarteto de músicos, que tocavam para os clientes à hora do almoço e à noite. Tornou-se rapidamente no poiso dos estudantes (era o tempo em que se estudava nos cafés), daqueles que tinham por hábito fazer a volta das livrarias e alfarrabistas da zona, dos jornalistas que oficiavam ainda no Bairro Alto, e também de muitos escritores, entre os quais Fernando Namora, José Gomes Ferreira ou Alves Redol, que lá faziam tertúlia.
Nada disto impediu que o Café Chiado fosse entrando em decadência, a partir dos finais dos anos 50, até fechar as portas em Novembro de 1963. A tabacaria ainda esteve aberta durante algum tempo, até o espólio ir a leilão. A memória do Café Chiado sobreviveu no filme O Pai Tirano, de António Lopes Ribeiro, uma cena do qual se passa à sua porta.
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