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Não é para admirar que Benjamin C. Ferreira, fundador da Alfaiataria Piccadilly, em 1912, na Rua Garrett, lhe tenha dado este nome, dado que se formou na sua arte em Londres. Era também de Inglaterra que lhe vinha todo o material de trabalho, e a sua qualidade granjeou-lhe uma excelente reputação entre os janotas de Lisboa. Chique mesmo, era mandar fazer um fato na Piccadilly. Melhor, só ser cliente de conta aberta.
Em 1919, a alfaiataria mudou de sítio, para o outro lado da mesma Rua Garrett, mesmo ao pé da Livraria Bertrand. Ao longo das décadas seguintes, o estabelecimento passou por algumas alterações de associados e na sua gerência, mas manteve sempre intactos os seus pergaminhos de um dos melhores e mais distintos do ramo na capital. Na década de 80, a Piccadilly deixou de estar nas mãos dos herdeiros do seu fundador e teve um novo proprietário, um alfaiate da casa, Manuel Mendonça, que por sua vez a passaria aos seus herdeiros.
Em 2011, quase 100 anos após a inauguração, a alfaiataria viu-se obrigada a deixar as instalações. Mas não fechou e manteve-se no Chiado, na Rua Anchieta, pertencendo desde 2012 ao alfaiate João Ribeiro. Mantendo uma clientela muito ligada ao mundo da advocacia e ao da política (Mário Soares foi um dos Presidentes da República que lá se vestiu), mas também diplomatas e artistas, a Alfaiataria Piccadilly veste igualmente senhoras. Há já muito poucas alfaiatarias na Baixa. A Piccadilly é a última do Chiado.
Coisas e loisas de outras eras:
+ Os 110 anos do primeiro submarino português
+ O Pathé que foi também Imperial