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O Pátio das Antigas: O comboiozinho que andava de praia em praia

O popular e aprazível Transpraia, ou comboiozinho da Costa da Caparica, foi inaugurado em 1960 com o objectivo original de ligar todas as praias da zona, tendo-se ficado pela Fonte da Telha. Está fechado desde 2020.

Escrito por
Eurico de Barros
Transpraia
DR/Transpraia.pt
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Inaugurado em Junho de 1960, com direito a banda, almoço para os convidados e tudo, o pequeno comboio Transpraia, ou comboiozinho da Costa da Caparica, foi o equipamento de praia mais popular e bem-amado de várias gerações de banhistas e veraneantes, e muito em especial das crianças, que adoravam andar nele. Iniciativa de dois industriais da zona, Canas Cardim e Casimiro Pinto, que fundaram para o efeito a empresa Transpraia-Transportes Recreativos da Praia do Sol, Lda., este comboio em miniatura apareceu quando a Costa da Caparica não era ainda o destino balnear e turístico que é hoje, e a intenção daqueles era dinamizá-la nesse sentido. 

O projecto original previa um trajecto superior a 20 quilómetros, que fosse da Costa da Caparica ao Cabo Espichel. Este foi o primeiro acesso às praias mais remotas da zona, que na sua fase inicial tinha quatro quilómetros e terminava na Praia da Riviera. A intenção de chegar às praias do Cabo Espichel tinha já sido abandonada na altura em que foi aberto o segundo troço do Transpraia, Praia da Riviera-Fonte da Telha, em Julho de 1963. A linha tinha quatro estações e 15 apeadeiros.

O comboiozinho era constituído por três máquinas a gasóleo e quatro carruagens abertas (havia também vagões de serviço, de caixa aberta), e utilizava o sistema Decauville, com uma bitola de trilho de 60 cm, que era recorde de via estreita em Portugal, ex aequo com o Comboio da Praia do Barril. As viagens do comboiozinho da Costa da Caparica chegaram a ter actuações de artistas como Herman José, Paulo de Carvalho ou Helena Isabel. A demolição de 1 quilómetro de linha, em 2007, que afastou o Transpraia do centro da cidade, a falta de publicidade, a crescente baixa de receitas e os custos de manutenção, associados ao impasse nas negociações entre o proprietário e a Câmara Municipal de Almada (que poderia vir a adquirir o equipamento) e aos confinamentos da Covid-19, levaram ao seu encerramento, em 2020.

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