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No dia 17 de Abril de 1912, muitos milhares de lisboetas foram para a rua a olhar para o céu. Motivo: o eclipse do sol que então se deu, e que levou inclusivamente a que os dois príncipes reais, D. Luís Filipe e D. Manuel, se deslocassem a Ovar, um dos locais do país onde o fenómeno seria visível na sua máxima intensidade, para o testemunhar. Foi para aqui que se dirigiram igualmente três expedições de astrónomos russos, ingleses e franceses, que se vieram juntar a vários colegas portugueses, integrados em missões científicas da Universidade de Coimbra, da Escola Naval e da Faculdade de Ciências de Lisboa, entre outras.
Na capital, o eclipse do sol era também estudado atentamente no Real Observatório Astronómico de Lisboa. Nas ruas da cidade, e conforme se pode ver na fotografia desta página, bem como nas varandas dos prédios e das casas, os lisboetas seguiam de perto o eclipse, uns a olho nu, outros recorrendo a protecções várias para a vista. Também nesse dia 17 de Abril de 1912 foram feitos alguns pequenos filmes sobre o fenómeno. O registado em Ovar por Nogueira Ferrão, tenente do Exército e fotógrafo amador, é considerado o primeiro filme científico português. Algumas semanas depois, no dia 11 de Maio, estreava-se em Lisboa, no Chiado Terrasse e no Salão Central, O Eclipse do Sol em Lisboa, da produtora Lusa Film, mas cujo realizador não ficou para a posteridade.
Coisas e loisas de outras eras:
+ O reino das peles na Casa da Rússia
+ A Avenida dos EUA em plena construção