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O Pátio das Antigas: O grande drugstore

Coisas e loisas da Lisboa de outras eras

Escrito por
Eurico de Barros
Pátio das Antigas, Lisboa Antiga, Apolo 70
©DRApolo 70
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Fez 50 anos que abriu o Apolo 70. Tinha um cinema com o mesmo nome, 41 lojas, um bowling automático e snack-bar, e era o maior da altura em Lisboa.

Quando foi inaugurado com toda a pompa e direito a reportagem da RTP, a 27 de Maio de 1971, fez agora 50 anos, o drugstore Apolo 70 não era o primeiro em Lisboa, onde já existiam o Sol a Sol, na Avenida da Liberdade, e o Tutti-Mundi, na Avenida de Roma. Mas era o maior (dizia-se então que até da Europa), com mais variedade de lojas e uma sala de cinema com o mesmo nome e 300 lugares, programada com gosto e rigor pelo crítico Lauro António (abriu no mesmo dia do drugstore, com o filme O Vale do Fugitivo, de Abraham Polonsky).

Projectado pelo arquitecto Augusto Silva e decorado por Paulo-Guilherme D’Eça Leal, o Apolo 70 tinha 41 lojas, um bowling automático e um snack-bar que logo se tornou popular entre os alfacinhas pelos seus deliciosos gelados. Entre outras, o drugstore apresentava uma loja de brinquedos, uma de posters (essenciais para o adolescente da década de 70 decorar o quarto), uma farmácia, um antiquário, uma livraria que vendia livros, jornais e revistas estrangeiras, uma loja de discos da Valentim de Carvalho, uma boutique só “para teen agers”, como se lia no anúncio da abertura, um cabeleireiro e um barbeiro. Que, após o 25 de Abril, passou a ser frequentado pelos líderes dos principais partidos políticos da democracia. O Apolo 70 ainda existe (fica na Avenida Júlio Dinis), mas já sem o cinema, encerrado nos anos 90, como praticamente todas as lojas originais.

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