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“O melhor brinde que se póde oferecer a uma senhora chic é uma confecção de peles comprada na Casa da Rússia, que as vende das mais ricas e preciosas às mais modestas, todas elegantemente cortadas e artisticamente confeccionadas”, lia-se num anúncio publicado na imprensa lisboeta em inícios do século XX, quando a Casa da Rússia se instalou na Baixa, mais precisamente em 1908, na Rua Augusta.
Apesar de no princípio também comercializar artigos para casa de banho, de perfumaria e para a chuva, entre outros, a Casa da Rússia ficaria famosa em Lisboa pela qualidade e pelo amplo espectro de preços das suas peles, acessíveis às bolsas mais fundas como às mais modestas, e que além de vender também preparava. Bem como pela oferta de toda uma série de artigos em pele, desde malas e estojos de viagem a carteiras para senhora e para homem.
Outro dos atractivos da Casa da Rússia eram as montras, que desde muito cedo se caracterizaram pela sua elaboração e inventividade, representando, por exemplo, cenas invernosas com animais cujas peles lá eram vendidas, como se pode ver pela fotografia que ilustra esta página, tirada nos anos 60. Na mesma Rua Augusta, curiosamente, encontravam-se também outras duas lojas da especialidade, a Casa da Sibéria e a Casa Canadá. Com o passar do tempo, o uso de peles foi saindo de moda (e tornando-se impopular), e a Casa da Rússia acabou por fechar em finais da década de 80. Nas suas antigas instalações está hoje uma loja de roupas de senhora.
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