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Os maiores concorrentes dos “Americanos” de tracção animal na Lisboa do século XIX eram os carros do “Chora”, propriedade de Eduardo Jorge, que nunca os vendeu, nem à Carris.
Nos anos 30 do século XIX, começaram a circular em Lisboa os primeiros transportes públicos de tracção animal, formando-se algumas décadas depois várias companhias dos chamados “Americanos”, comprados a uma empresa de Nova Iorque. A primeira linha de “Americanos” começou a funcionar na capital em 1873, concorrendo com estes os “Jacintos”, os “Simplícios”, os “Florindos” ou os carros do “Chora”. Estes, criados por Eduardo Jorge em 1888, transformaram-se nos mais famosos concorrentes dos “Americanos”.
Eduardo Jorge era um rapaz pobre que tinha vindo da província trabalhar para Lisboa, como moço de cavalariça dos “Americanos”, e o nome dado aos seus carros tem duas versões. Ou era uma corruptela da firma Shore, que os fabricava; ou então a alcunha que os empregados de Eduardo Jorge lhe puseram, por ele se estar sempre a chorar de ter poucos lucros com a empresa. Em 1901, apareceram os eléctricos da Carris. Em 1905, com toda a rede já electrificada, os únicos carros de tracção animal que ainda resistiam eram os do “Chora”. Eduardo Jorge só desistiu em 1917, por causa das dificuldades trazidas pela I Guerra Mundial. Vendeu os cavalos e as mulas, pagou a todos os empregados e mandou incendiar os seus “Chora”, para a Carris não ficar com eles. Em 1929, fundou na Amadora a Viação Eduardo Jorge, com as suas célebres camionetas amarelas, que duraria até 1995.
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