[title]
Muitos dos cafés da Lisboa de outros tempos, centrais, grandes e conhecidos, ou pequenos, de bairro e discretos, eram também locais aonde as pessoas iam jogar bilhar. Alguns dos cafés alfacinhas mais frequentados e famosos eram-no também por causa dos bilhares, parte integrante da sua função enquanto espaços de encontro, convívio e sociabilidade, paralelamente aos salões de jogos especializados que existiam por toda a Lisboa. Mas jogar bilhar num grande café tinha outro cachet.
Os bilhares de alguns desses cafés eram verdadeiras instituições. É o caso dos do Café Portugal, no Rossio, instalados numa enorme sala (ver foto nesta página), com várias mesas que permitiam que se jogassem muitas partidas em simultâneo. Quem estivesse à espera de vez ou quisesse apenas assistir, sentava-se nas mesas instaladas ao longo de um dos lados do salão. Também dois outros famosos cafés do Rossio, vizinhos do Café Portugal, o Chave d’Ouro e o Gelo, tinham os seus salões de bilhar, havendo mesmo quem num só dia frequentasse os três para jogar. Chamava-se a isto “fazer vida de bilhar”. Outro era o Monte Carlo, no Saldanha. Aqueles que o frequentaram recordam-se de certeza da sua sala de bilhar, ao fundo, ao pé do barbeiro. Podia-se cortar o cabelo enquanto se esperava que vagasse uma mesa. Com o seu fecho gradual, ou as obras de remodelação, acabaram-se também as bilharadas nos cafés.
Coisas e loisas de outras eras
+ O hotel discreto da Avenida da Liberdade
+ O teatro que teve um burro em palco