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Projectado por Victor Palla e Bento de Almeida e inaugurado em 1965, o Noite e Dia tornou-se sinónimo de cosmopolitismo na Lisboa da época. Fechou no início da década de 80.
“Andar numa fila a escolher a minha comida e depois de tabuleiro nas mãos à procura de lugar para me sentar? Nem pensar!” Foi assim que reagiram alguns lisboetas à abertura, em Outubro de 1965, na Avenida Duque de Loulé, do self-service Noite e Dia, projectado pela dupla de arquitectos Victor Palla e Bento de Almeida (também responsáveis pelo Galeto, pelo Pique-Nique ou pelo Pam-Pam, dos quais apenas o primeiro existe ainda). Mas foram muitos mais os alfacinhas que aderiram entusiasticamente a este novo estabelecimento, que identificaram com a chegada de uma modernidade muito cosmopolita a Lisboa, passando a enchê-lo todos os dias, bem como ao snack-bar que havia na cave.
O Noite e Dia não foi propriamente o primeiro self-service de Lisboa – essa honra coube ao Solar de Aviz, na Avenida da Liberdade –, mas logo ofuscou o seu precursor, transformando-se numa das coqueluches da capital desses meados da década de 60. No seu auge, o Noite e Dia servia 1200 refeições por dia, mais 500 no snack, sob a supervisão do chef Pierre Ramalho. O preço médio de uma refeição era 25 escudos. Também se podia comprar comida para levar para casa. Encerrou no início da década de 80, mais de 15 anos após a sua inauguração. Ali estiveram instalados depois vários clubes nocturnos.
Lisboa de outras eras: