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Nos nossos dias, é normal haver restaurantes em praças de touros, como sucede na do Campo Pequeno. Mas há 60 anos era muito invulgar. O pioneiro foi o Restaurante O Guizo, que esteve a funcionar no piso térreo da Praça de Touros de Cascais, a partir de finais da década de 60, e pelo menos até ao final dos anos 70, início dos 80. O seu nome é, obviamente, uma referência aos guizos que são um dos muitos adereços da tauromaquia.
Muito frequentado por gente ligada aos touros, o Guizo publicitava-se como um restaurante “onde se come maravilhosamente a preços sem exageros e onde o cliente é rei”. Diz quem lá comeu que a cozinha era de muito boa qualidade. Num anúncio publicado na altura da inauguração, e além de uma descrição saborosamente pormenorizada dos pratos mais atractivos do seu menu (que incluía um Bacalhau que Nunca Chega, e o Coelho Guisado à Moda da Porcalhota), podia também ler-se: “Devido ao ar condicionado, a temperatura ambiente é sempre agradabilíssima mesmo nos dias de grande calor. Depois das 22.30, boa música para dançar, podendo regressar a Lisboa sem arrelias com a estrada marginal já não congestionada.”
Pormenor curioso: a pista de dança do Guizo era ligeiramente elevada, e tinha o formato de um redondel como os das praças de touros. O restaurante tinha como clientes não só os moradores de Cascais e da Linha, como também muitos lisboetas. Fechou alguns anos depois do 25 de Abril, e a Praça de Touros de Cascais foi abaixo em 2006.
Coisas e loisas de outras eras:
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