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O “Palacete do Menino de Ouro” ainda hoje se ergue na Rua Luís Fernandes, o nome do seu proprietário. Também acolheu Alves dos Reis e as suas notas falsas, e o Banco de Portugal.
Luís Fernandes foi um capitalista e coleccionador brasileiro que nasceu na Bahia em 1859 e morreu em Paris em 1922. Viveu em Lisboa durante vários anos, e por tudo o que fez pela cidade – nomeadamente, criar o primeiro curso de Hotelaria em Portugal, no início do século XX, ou legar a sua enorme colecção de arte a instituições como o Museu Nacional de Arte Antiga ou a Academia Nacional de Belas Artes, entre outras, quando foi para França –, foi dado, em 1923, o seu nome a uma rua de Lisboa onde se ergue o belíssimo palacete em que morou, a antiga Rua de São Marçal, ali ao Príncipe Real. Devido à sua fortuna, os alfacinhas apelidaram Luís Fernandes de “Menino de Ouro”, e aquele edifício, construído em 1885, passou a ser o “Palacete do Menino de Ouro”.
Após a morte de Luís Fernandes, o seu antigo palacete continuou sob o signo do dinheiro. Primeiro, foi comprado em 1925 pelo burlão Alves dos Reis, que terá lá escondido as notas falsas de 500 escudos que haveriam de levar à sua queda e ao subsequente escândalo financeiro que entrou para a história nacional. Saído Alves dos Reis para a cadeia, o “Palacete do Menino de Ouro” da Rua Luís Fernandes foi adquirido pelo Banco de Portugal. Durante a II Guerra Mundial, em 1942, a Embaixada de Inglaterra comprou-o, acrescentou-lhe um andar e lá instalou o Instituto Britânico. Que ainda hoje lá funciona.
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