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Foi nos anos 50 que a moda do snack-bar à americana chegou a Lisboa, pela mão dos inovadores arquitectos Victor Palla e Bento d’Almeida, responsáveis por espaços como o Pique-Nique, no Rossio, o Tique-Taque, na Avenida de Roma, o Pam-Pam, na Avenida Almirante Reis, ou o Galeto, na Avenida da República (e o único projectado por esta dupla que ainda se mantém em funcionamento).
O último destes modernos snack-bars a ser inaugurado na capital foi o Monumental, em 1969, projectado por Leonardo Castro Freire, um discípulo de Pardal Monteiro, e que cedo passou a ser conhecido pelos seus frequentadores, e geralmente, como Galerias Ritz, por ter sido construído no espaço destinado ao complexo de lojas no hotel com o mesmo nome, situado na esquina das ruas Castilho e Joaquim António de Aguiar.
Amadeu Dias, que o explorava, tinha já o Café e Restaurante Monumental e o exclusivo dos bares do Cine-Teatro Monumental, ambos no Saldanha. Composto por três pisos e apresentando os característicos balcões corridos, e com uma tabacaria que também vendia a imprensa portuguesa e estrangeira à entrada, o Monumental causou sensação quando foi inaugurado e ganhou logo uma clientela fiel. O facto de ficar aberto até quase tão tarde como o Galeto (duas da manhã, contra as três deste) contribuiu também para a sua popularidade, sobretudo entre os mais noctívagos. O seu original menu incluía pizzas, na altura uma novidade nos restaurantes lisboetas, e o famoso Bife à Robin dos Bosques, bem como uma grande variedade de gelados, para rivalizar com os do Galeto. E transformou-se num ponto de encontro, de dia, para quem morava ou trabalhava na zona, e de noite, para quem não gostava de se deitar cedo. Fechou no final na década de 80, e as Galerias Ritz teriam o mesmo destino alguns anos depois. Hoje estão lá um complexo de escritórios e um restaurante japonês.
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