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Em Lisboa, chamavam-se “pátios” aos bairros populares, construídos originalmente para alojar operários e as suas famílias, sobretudo no século XIX, com o aparecimento de várias indústrias na capital. Eram bairros pobres, com poucas ou nenhumas condições de sanidade básica e cujo número, no início do século XX, ultrapassava os 200. Neles se aglomeravam mais de 10 mil pessoas, em casas que tanto podiam ter sido construídas de raiz como já existentes (e as mais das vezes bastante degradadas) ou então improvisadas pelos seus moradores.
Um dos maiores – talvez mesmo o maior – desses pátios era o Pátio do Biagi, que tinha o nome do seu fundador e proprietário, situado na zona das Amoreiras e também conhecido por “Quinta do Biagi”. Era, na sua origem, uma grande quinta em que se ergueu um complexo de habitações para trabalhadores. Lá viviam mais de 100 famílias. José de Leite de Vasconcelos, citado pelo blogue Lisboa de Antigamente, descreve o Pátio do Biagi, no seu livro Etnografia Portuguesa, como tendo “várias ruas, anónimas, dois largos, uma taberna (indispensável!) e um lugar de hortaliça. Quasi um bairro”. E destaca ainda a “miséria extrema” do local, onde se viam “por toda a parte inúmeras crianças”. O Pátio do Biagi foi demolido em 1940, para dar lugar a um grande prédio de habitação em 1953, e em 1982, ao parque desportivo do Ginásio Clube Português.
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