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O Periferias está de volta e já tem programa

Escrito por
Miguel Branco
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A sétima edição do festival de artes performativas dedicado à lusofonia e à condição periférica no geral, promovido pela Chão de Oliva, decorre de 1 a 11 de Março em vários espaços de Sintra.

É assim desde 2011. A crise gritava, estava em quase todas as nossas frases, mas a Chão de Oliva – Centro de Difusão Cultural em Sintra, companhia fundada em 1987, não ia em conversas, nem em meias modas, e decidia arrancar com o Periferias, festival de artes performativas, com grande queda para o teatro.

De 1 a 11 de Março, em vários espaços de Sintra – Casa de Teatro de Sintra, Centro Cultural Olga Cadaval, Palácio Nacional de Queluz, MU.SA –, viva o teatro nas suas latitudes e linguagens mais periféricas. Com direcção de Nuno Correia Pinto, o Periferias apresentou um programa que traz grupos teatrais espanhóis, países africanos e várias regiões portuguesas.

Do Faísca Teatro pode ver-se, dia 1, Luto, texto de Rui Neto e criação e interpretação de Beatriz Silva. Da Covilhã e da estrutura Asta Teatro vem Paradjanov ou a Celebração da Vida, para ver no dia 2 na Casa de Teatro de Sintra. No mesmo sítio, dois dias depois, a Guirigai, da Estremadura, pode ver Un Encuentro com Miguel Hernandez.

No Centro Olga Cadaval, a dia 8, Manuel Wiborg apresenta O Homem da Guitarra, depois de ter estreado o monólogo do dramaturgo norueguês Jon Fosse na Sala Mário Viegas do Teatro São Luiz, um texto que parte do imaginário dos músicos de rua para outras conclusões.

Welket Bungué é outro dos artistas em destaque. Tchon di Balanta foi apresentado em Dezembro no centro de investigação artística Hangar, na Graça. Ainda que tenha crescido na Europa do euro, do livre trânsito, do pós-modernismo tecnológico, Bungué teve origem nesse grupo étnico da Guiné-Bissau, os Balanta. É sobre essas questões, muito através do movimento corporal, que Bungué indaga. A sessão decorre dia 9 na Casa de Teatro de Sintra.

Preta, para ver dia 10 no mesmo lugar, é outra performance suportada pela dança. A criação é de Gio Lourenço, actor intimamente ligado ao Teatro Griot e que vem aqui reflectir sobre a sua mudança de Luanda para o Bairro do Fim do Mundo, no Estoril, e sobre uma cadela rude e má que vagueava no trajecto que Gio fazia entre a sua casa e a escola.

Dia 11, o último espectáculo é uma co-criação entre a equipa da casa – a Companhia de Teatro de Sintra – e o Grupo de Teatro Oprimido, da Guiné-Bissau. O texto é de Abdulai Silá e a adaptação, dramaturgia e encenação é de João de Mello Alvim.

Pelo meio há oficinas e workshops para todas as idades, concertos, marionetas, tudo para que Sintra ganhe gente e dinâmica no arranque de Março.

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