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Os You Can't Win Charlie Brown que há um par de anos lançaram Âmbar, o seu primeiro álbum em português, são bem diferentes da banda que se apresentou há 15 anos, com uma "Sad Song" na compilação Novos Talentos Fnac de 2009. Na altura, eram um quarteto, com três membros dedicados a tempo inteiro ao grupo e um quarto que se juntava a eles nas folgas do seu projecto solitário, Noiserv. Hoje, são um sexteto, já sem um dos elementos originais, quase todos com outros projectos. E vamos ouvi-los a todos, este sábado, 14, na SMUP. As portas abrem às 16.00.
Os membros da banda não sabem ao certo quem teve a ideia de fazer um festival que reunia os projectos individuais de cada membro e culminava num concerto de You Can't Win Charlie Brown. Mas Afonso Cabral, um dos cantores e compositores, acha que partiu de Salvador Menezes. “É o homem das ideias”, garante Afonso. “Este ano, estivemos todos mais focados nos nossos projectos individuais, e noutras coisas, do que na banda. Até por isso, quisemos dar um sinal de que continuamos cá, apesar dos projectos que cada um de nós tem. E decidimos juntar todos numa grande festa.”
Logisticamente, isto não é fácil. Se bem que “o calendário do Google ajuda”, graceja Pedro Branco, que se juntou ao grupo há uns anos e toca com mais uma data de gente, além de fazer música a solo. “Temos de ser pragmáticos”, acrescenta Afonso. “Como viste, até marcar esta conversa, com todos juntos, foi complicado. Mas tentamos antecipar e trabalhar com as ferramentas que temos, com o tal calendário partilhado, para conseguirmos marcar as coisas e para nos organizarmos”.
A boa relação entre os membros também ajuda a lidar com a logística complicada. O alinhamento do concerto de You Can't Win Charlie Brown, que vai fechar a primeira edição de É um festival, Charlie Brown, foi escolhido “democraticamente”, pelos seis. “[O Salvador] fez uma lista de todas as nossas músicas e fomos a votações, para decidirmos o que íamos tocar no concerto. E, curiosamente, ficámos com uma coisa muito equilibrada entre discos. Vamos tocar um bocadinho de tudo”, explica Afonso.
Também não foi difícil decidir a ordem em que tocavam os restantes projectos. “Começámos do pior para o melhor”, sugere Pedro Branco, por entre gargalhadas. É mentira. “Foi o Salvador que propôs um alinhamento e nós dissemos que sim”, explica Afonso. João Gil, que se apresenta a solo como Vitorino Voador, interrompe-o: “Eu disse que queria ser o primeiro”. E o registo foi decidido com base na logística dos concertos, das mudanças de palco e do material que era preciso montar e preparar.
Vitorino Voador, que editou este ano A Incrível Velocidade do Tempo, é o primeiro a tocar, no salão da SMUP, logo às 18.00. Segue-se, pelas 18.30, no sótão da sociedade paredense, Pedro Branco, que também lançou este ano um disco acompanhado por Tape Junk. Não se vão escutar essas canções, contudo. “Vou tocar a música de A Narrativa Épica do Quotidiano, o meu disco de 2022”, adianta. Pelas 19.10, sobe ao palco do salão Salvador Menezes, o Tipo, que gravou este ano Vigia. Depois, às 19.50, Afonso Cabral apresenta as canções do recente álbum Demorar, no sótão. Por fim, às 20.30, David Santos, vulgo Noiserv, sobe ao palco do salão.
Noiserv está a trabalhar num novo álbum, que deve ser lançado no próximo ano, mas ainda não vai tocar as novas canções. Os restantes membros vão continuar a tocar os seus discos, e não sabem ainda quando vão começar a trabalhar no novo álbum de You Can't Win, Charlie Brown. Nem no próximo festival. “O único plano que temos é fazer isto na SMUP”, confessa Afonso. “Mas o feedback que estamos a ter é bom. Já percebemos que vamos ter uma casa simpática e vai ser divertido.” Depois logo se vê.
SMUP (Parede). 14 Dez (Sáb). 17.00. 18€.
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