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Acontece todos os fins-de-semana de Março, e além de debates, tertúlias e sessões de cinema tem um brunch queer, uma feira de zines, futebol feminino e até um workshop de drag king. Falámos com a organizadora.
Foi com um queer love brunch que arrancou o primeiro domingo da também primeira edição do Festival Feminista de Lisboa. A ideia do brunch, lê-se no programa, era servir amor às garfadas, com uma equipa constituída por “pessoas queer negras e um tema alusivo ao feminismo negro”.
Se há coisa de que não podem acusar este festival é de falta de imaginação. A ideia partiu de Raquel Silva, “inspirada pelo festival feminista do Porto”, conta-nos, no qual participou em duas edições. “No final do ano [passado] decidi que queria que isto acontecesse em Lisboa e em Novembro abri uma open-call para quem quisesse construir o festival.” Em Lisboa já tinha organizado uma marcha e uma festa a propósito do Dia da Mulher. Agora, serve-nos um banquete de actividades distribuídas pelos vários fins-de-semana de Março, com a ajuda de uma equipa de perto de 20 voluntários, e um piscar de olho à comunidade LGBT+. “O feminismo também engloba as lutas LGBT e este é um festival interseccional, inclusivo, que luta pela liberdade de expressão de toda a gente.”
Note-se que este é também um festival “anticapitalista”, sublinha Raquel, e por isso as actividades são todas de entrada livre. Aliás, o festival construiu-se com uma festa de crowdfunding carnavalesca e o dinheiro que conseguiram em Fevereiro serve apenas para cobrir as despesas de “comida, transportes e alojamento” de quem participa. Além do brunch, o primeiro fim-de-semana contou com, entre outras coisas, uma “batucada para mulheres, fufas e trans” na associação BUS, lê-se no programa, um debate sobre feminismo e igualdade de género no Mob, uma tertúlia sobre a identidade trans no feminismo e um cine-debate com a realizadora colombiana Paola FigueroaCancino.
Esta sexta-feira (19.00- 21.00), o bar Irreal, no Poço dos Negros, recebe a tertúlia “História de Mulheres”, com a “desconstrução de estereótipos históricos femininos e modos de empoderamento”. No sábado e no domingo, há uma feira de zines para dar visibilidade a artistas e editoras independentes no Anjos70 (14.00-20.00) e no sábado, no Disgraça, há vários concertos, entre eles o de “pimba feminista” das Valentinas. No domingo, das 14.00 às 18.00, o segundo fim-de-semana acaba com um torneio de futebol feminino de 5 na Calçada do Combro (inscrições para megafuteboladaexpress@ gmail.com).
O festival continua na semana seguinte com actividades que incluem uma roda de conversa sobre “a mulher brasileira em Portugal”, um sarau feminista, a festa Queer As Fuck no Disgraça, um “workshop de camuflagem” com o make-up artist e ilustrador luso-turco Rex Timuroğlu e outro de drag king, também no Disgraça, com “a construção de uma personagem masculina e a tomada de consciência de que o género é algo construído”.
Entre as muitas outras coisas que vão acontecer até 25 de Março, há um tattoo weekend, um workshop de banda desenhada autobiográfica (dia 23, na Livraria Tigre de Papel), um passeio de arte urbana ibero-americana em Marvila, um workshop de DJ e até programas para os mais novos, com matinés de histórias e marionetas.
Até 25 de Março, em vários espaços de Lisboa. Entrada gratuita. + info em facebook. com/FestivalFeministaDeLisboa