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O Qura cedeu à LouQura do Verão e mudou de nome. Mas mantém a mesma gerência, sob comando do chef Manel Perestrelo, que continua a fazer jus ao conceito do restaurante, uma taberna portuguesa modernizada, onde a refeição se quer de partilha. Para redescobrir a renovada esplanada, há novos pratos e cocktails coloridos, todos à espera de irem parar ao feed do Instagram.
Estávamos em 2019 quando Manel Perestrelo, já conhecido em Campo de Ourique como o Moço dos Croissants, abriu um restaurante de comida portuguesa com apresentação moderna e um vinho como montra principal. Sem muito álcool, nem muito seco, nem muito doce, o Qura foi produzido de propósito para a casa a que deu nome. Servido bem fresco, diz-se que “cura todos os males”, incluindo a mudança forçada de nome.
“Nestes tempos loucos de pandemia, chamar-nos LouQura até parece normal. Mas teve de ser, porque surgiu um restaurante com [quase] o mesmo nome e os nossos clientes e fornecedores iam lá parar”, conta-nos Perestrelo, que assegura estar tudo igual – a vontade e a qualidade de servir é a mesma, esclarece. O famoso rosé frisante, o popular balcão com oito lugares e as louças em azul e branco, uma de cada nação, também.
Mas as novidades não se ficaram só pela mudança de nome. Da esplanada à carta, o espaço intimista está pronto para receber missões de reconhecimento à mesa. Sem divisão entre entradas e pratos principais, há 12 opções, para partilhar ou tentar açambarcar sozinho. Poderá começar por sonhos de polvo, aioli e cebolinho (7,50€), ou tártaro de novilho com espuma de ovo e tostas finíssimas (16€). Mas vai ser difícil não querer provar tudo o resto, do entrecôte maturado com lascas de sal para duas pessoas (25€) ao arroz cremoso de cogumelos, couve-flor, parmesão e vinho do Porto (12€).
“Aos domingos, temos pop-ups, com uma selecção de carne a um preço mais acessível”, revela o chef. “Este mês, há chuleton maturado por 30€, com acompanhamentos incluídos.” Melhor só se mandar vir um dos novos cocktails, mais frescos e com mais fruta, da caipirinha (6€/cada) ao aperol Qura (8€) e ao gin garden (9€). Há ainda vermutes e licores, se estiver a sentir-se mais fancy.
Para rematar a refeição, há bolo cremoso de chocolate e cacau (6€), mousse de queijo creme e frutos vermelhos (5€), cheesecake de leite condensado e chocolate (4€) e a famosa tarte de maçã do Salmora (10€), o projecto no Algarve onde Perestrelo se mantém como chef consultor.
“A tarte tem uma história peculiar. Foi inspirada numa receita que a minha avó fazia pelo menos uma vez por semana. Nem era preciso uma ocasião especial, era quando os netos iam lá lanchar ou às vezes só porque lhe apetecia. A massa era uma massa quebrada, já desactualizada, que quando se cortava esfarelava-se toda. Isso já não fazia sentido para mim, mas o sabor faz parte da minha memória gustativa. E tentei transformá-la numa coisa mais estaladiça e leve.”
Em Setembro, haverá nova carta, com pratos mais aconchegantes. O mais importante continuará a ser o sabor, avisa Perestrelo, que diz só pensar depois na estética, na experiência, no ambiente, no serviço. “Não queremos parar, porque de repente descobrimos a pólvora. Mas a pólvora tem de ir evoluindo e tem de se ir trabalhando, para nós nos sentirmos motivados e os clientes verem coisas novas, darem a sua opinião e verem-nos a crescer e não a ficar estagnados.”
Rua Coelho da Rocha 110AB (Campo de Ourique). Seg-Sex 12.30-15.30 e 19.00-22.30 e Sáb-Dom 12.30-15.30.
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