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Após mais de 50 anos, o emblemático restaurante O Relento, em Algés, está de portas fechadas. A marisqueira, localizada na Av. Combatentes da Grande Guerra, desde Janeiro que indicava na porta sucessivas datas de reabertura – que nunca foram cumpridas. Hoje, as cartas acumulam-se à porta e no vidro lê-se apenas: fechado.
Conhecido não só pelo marisco fresco, mas também pelos croquetes, rissóis e chamuças, o restaurante era regularmente apontado como uma das melhores marisqueiras de Lisboa e arredores. À entrada destacava-se um enorme viveiro e expositor.
“Para mim era a melhor”, diz Jorge, do outro lado do balcão do Café Central, junto ao Mercado de Algés, a poucos passos dali. Hoje com 65 anos, Jorge era cliente habitual d’O Relento e ainda se lembra da casa inicial, mais pequena e com outros homens no comando. O espaço, que abriu nos anos 1960, sofreu remodelações profundas há cerca de 30 anos, quando Carlos e Tomé, funcionários, compraram o estabelecimento e se tornaram sócios. Com a morte de Tomé, “há uns anos”, foi o filho, José Tomé, que passou a ser responsável pela marisqueira, ao lado de Carlos, que viria a morrer no início de 2021.
Em vários grupos de Facebook de moradores da zona, como o "Desafiar Algés" ou "Algés Acontece", multiplicam-se publicações com questões sobre o estado actual d'O Relento.
A Time Out tentou contactar os responsáveis pelo estabelecimento para averiguar não só o futuro do espaço como as consequências para os trabalhadores, mas não obteve resposta.