[title]
Declamada, cantada, dançada e pensada: Oeiras assinalou o Dia Mundial da Poesia, em Março, com 24 horas de programação. Agora, vai ainda mais longe e estreia a primeira edição da Bienal Internacional de Poesia do município. Multicultural, multidisciplinar e gratuita, a programação – que se realiza entre 16 e 21 de Novembro, no Templo da Poesia, no Parque dos Poetas, e noutros espaços públicos e privados do concelho – inclui conversas, concertos, masterclasses, workshops, lançamentos, espectáculos e até uma performance imersiva, que junta a poesia ao burlesco.
“A Bienal de Poesia de Oeiras trata da obra poética, nas suas mais variadas formas: da tradição popular à produção erudita, da transmissão oral à editada em papel, da palavra cantada à palavra filmada”, lê-se no site da iniciativa organizada pela The Book Company, em parceria com a Câmara Municipal, que se insere na candidatura de Oeiras a Capital Europeia da Cultura em 2027.
Além da reabilitação e construção de novos equipamentos culturais, Oeiras tem investido no lançamento de vários projectos no âmbito desta candidatura, nomeadamente a Mostra de Artes da Palavra, que estreou em Março; a série Culto, que cruza poetas e poemas com leitores, bailarinos e músicos; a rádio digital poesia.fm, ainda por lançar; e o Prémio de Poesia de Oeiras, que este ano já premiou o brasileiro Eucanaã Ferraz e o português Pedro Teias. Esta nova bienal é mais uma aposta.
A programação arranca a 16 de Novembro, pelas 21.00, no Templo da Poesia. A sessão inaugural “O que é uma Capital da Poesia” conta com a presença de poetas como o poeta brasileiro António Carlos Secchin (por videoconferência); o director do departamento de Arte, Cultura, Turismo e Património Histórico da Câmara Municipal de Oeiras, Filipe Leal; o presidente do Conselho Estratégico da Rede Cultura 2027, João Bonifácio Serra; e o comissário da candidatura Oeiras 27, Jorge Barreto Xavier. Segue-se, a partir das 22.00, uma conversa-concerto com o músico e produtor brasileiro Nando Reis.
No dia seguinte, 17 de Novembro, a programação arranca às 16.00, mas apenas para as escolas do município de Oeiras, que vão ter oportunidade de conversar sobre “Poesia, poder e democracia” com Mário Vargas Llosa, vencedor do Prémio Nobel de Literatura em 2010. Para o público em geral, está agendada uma masterclass com o tradutor Michal Rusinek (Qua 21.00) e uma conversa-concerto com Simone de Oliveira (Qua 22.00), no Templo da Poesia. Ainda no dia 17, mas no Edifício Atrium, da Câmara Municipal de Cascais, irá realizar-se um showcase pelas 22.00, com a apresentação do EP Cada Som Como Um Grito, inspirado na obra poética de Miguel Torga.
A poesia nas suas mais variadas expressões
Entre as restantes propostas, previstas para os dias 18, 19, 20 e 21 de Novembro, destacam-se, por exemplo, o workshop “Na intimidade do poema”, com Sonia Barba, directora do cabaret literário Poetry Brothel em Barcelona, Madrid e Valência (Qui 19.00, Nirvana Studios); o espectáculo The Poetry Brotel (Sex 22.00, Nirvana Studios); o lançamento de Memórias, aparições e arritmias, o primeiro livro de poesia de Yara Nakahanda Monteiro (Sáb 15.45, Templo da Poesia); a palestra “A poesia e a inteligência artificial”, com Amaranth Borsuk, Ana Paiva e Maria do Rosário Pedreira (Sáb 19.00, Templo da Poesia); e uma homenagem a Tom Konyves, pioneiro no campo da videopoesia (Dom 15.00, Templo da Poesia).
Para quem prefere “poesia cantada”, estão previstas mais três conversas-concerto no Templo da Poesia com Miguel Araújo (Qui 22.00), Samuel Úria (Sex 22.00) e António Zambujo (Dom 17.00). Está ainda confirmada a presença de Capicua e Sérgio Godinho, mas o melhor é consultar a programação completa no site da Bienal de Poesia. Dada a lotação das salas, a entrada em todas as sessões far-se-á mediante reserva de bilhetes a partir de 8 de Novembro.
Oeiras. De 16 a 21 de Novembro. Ter-Dom vários horários e locais. Entrada gratuita, mediante reserva de bilhetes online.
+ Os poetas que escreveram sobre Lisboa
+ Leia já, grátis, a edição digital da Time Out Portugal desta semana