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Oferta de autocarros na Grande Lisboa vai crescer 40% em sete anos

Sebastião Almeida
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Sebastião Almeida
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Adjudicação do concurso será conhecida no Verão e primeiros autocarros deverão entrar em circulação em meados do próximo ano. Barcos e Metro serão os próximos a integrar gestão da AML.

A transformação proposta para os transportes na Área Metropolitana de Lisboa (AML) está um passo mais perto de ser realidade. Uma das salas do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, encheu-se, esta terça-feira, para a cerimónia que marcou o lançamento do concurso público de aquisição de transportes rodoviários para a região, que deverá estar concluído daqui a sete anos. Em termos práticos, estas mudanças irão traduzir-se num aumento gradual de 40% da oferta existente, que corresponde a mais 26,8 milhões de quilómetros por ano e afectarão 2,7 milhões de pessoas, que vivem nos 18 municípios da região.

O concurso de 1,2 mil milhões de euros permitirá o reforço e modernização da frota de autocarros da Grande Lisboa e o fim das diferentes concessões de serviços de transporte. Todos os veículos passarão a operar sob a mesma marca, a Carris Metropolitana, e com a mesma cor amarela no exterior dos autocarros. Mas há mais: o sistema de bilhética passa a ser único, bem como os sistemas de informação, que terão um mapa único da rede para mostrar as diferentes ligações com a rede de comboios, metro ou barcos.

Os vencedores do concurso terão, no limite, dez meses para iniciar a operação, mas ser-lhe-ão impostas algumas exigências. O caderno de encargos obriga, por exemplo, a que os equipamentos disponham de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, climatização, wi-fi ou entradas usb. Em termos de frota, quando a operação arrancar, em meados do próximo ano, os autocarros não poderão ter mais de 16 anos; no quinto ano do contrato, não poderão circular se tiverem mais de 12 anos, sendo que a média de idades exigida para o total da frota será de seis anos. A adjudicação do concurso deverá estar concluída perto do Verão, sendo que a escolha das empresas vencedoras decorrerá de uma ponderação feita a partir do preço proposto por quilómetro (85%) e da idade da frota (15%).

A AML passa assim a estar dividida em quatro lotes (dois a norte e dois a sul do Tejo), sendo que os concorrentes apenas poderão receber um lote, ou mais do que um se esse lote for o da região Sudeste, a mais pequena das quatro (Palmela, Alcochete, Montijo, Setúbal e Moita). A região da península de Setúbal receberá um dos reforços da oferta mais significativos, pois é um dos territórios com menos ligações, explicou Carlos Humberto, primeiro-secretário da AML, na mesma sessão. Também o município de Mafra, na margem Norte, será alvo de uma aposta significativa. Esta aposta traduzir-se-á em novas ligações à capital, mas também entre sedes de concelho e dentro de cada município.

Fernando Medina, presidente da câmara de Lisboa e do Conselho do Metropolitano da AML, reforçou, durante a cerimónia, que haverá “mais oferta, mais pontualidade e menos intervalo entre autocarros”. O autarca lembrou ainda o primeiro passo dado com a implementação do passe único, que permitiu trazer novos utilizadores aos transportes, e fez saber que a gestão do Metro e da Soflusa será o “dossier seguinte” a tratar com o Governo. Também o ministro do Ambiente, José Matos Fernandes, defendeu que o Estado central deixe de ter a tutela da Soflusa e Transtejo. “Acabou o jogo do empurra”, disse o governante, reiterando a importância da passagem de competências para a AML, que se iniciou com o passe único.

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