Notícias

‘One Piece’, a popular mangá japonesa finalmente em imagem real

A aventura criada pelo japonês Eiichiro Oda é um fenómeno cultural e já resultou numa série anime e dezenas de videojogos. Agora, a Netflix estreia a primeira adaptação em imagem real que zarpa no serviço de streaming a 31 de Agosto.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
Iñaki Godoy
©NetflixIñaki Godoy (Monkey D. Luffy) em One Piece
Publicidade

One Piece é uma aventura em alto mar. O protagonista é Monkey D. Luffy, um jovem que procura uma vida de liberdade e abandona a sua pequena aldeia para encontrar um lendário tesouro, que dá pelo nome de One Piece (Uma Peça) e que o poderá tornar no rei dos piratas. Mas, para se fazer ao mar, terá primeiro de reunir uma tripulação e encontrar um navio que os leve a bom porto e os ajude a enfrentar os perigosos rivais que lhes vão sair ao caminho. One Piece é também um fenómeno cultural nascido nos anos 90 do século passado, tendo já sido adaptado a série de animação e a dezenas de videojogos. A 31 de Agosto, estreia na Netflix a primeira adaptação em imagem real, com oito episódios.

Em 1997, era publicada Weekly Shōnen Jump, uma revista de antologia de mangás publicada pela Shueisha, a maior editora do Japão, a primeira edição de One Piece, escrita e ilustrada por Eiichiro Oda, também conhecido como Oda-Sensei. Até hoje, foram publicados 105 volumes, numa aventura que o autor planeia terminar apenas em 2025 e que já lhe valeu um 10.º lugar na lista de autores mais vendidos de sempre. O sucesso foi quase tão imediato que a Toei Animation – estúdio japonês responsável por títulos como Sailor Moon ou Dragon Ball – começou logo em 1999 a produzir uma série anime baseada no trabalho de Oda-Sensei. Actualmente, o anime One Piece conta com 20 temporadas e mais de mil episódios, sem contar com 15 filmes de animação em torno do mesmo universo, produzidos desde o ano 2000. Para os jogadores, a Bandai – editora multinacional japonesa de videojogos – produziu até hoje 40 videojogos One Piece. Mas faltava uma aventura em imagem real, vontade antiga de Oda-Sensei. Segundo a Tudum, a plataforma de conteúdos para utilizadores da Netflix, foram vários os “falsos começos criativos e becos sem saída que atrasaram esse esforço”, até a Netflix se lançar numa parceria com a editora Shueisha e a Tomorrow Studios (Snowpiercer). 

Straw Hats
©NetflixOs Straw Hats de One Piece

Numa carta aos fãs divulgada em Maio, Oda-Sensei revelou que está a trabalhar com a Netflix e a Tomorrow Studios há algum tempo, e que foi em 2016 que concordou com esta adaptação de One Piece, embora tenha questionado se seria possível uma adaptação em colaboração com equipas estrangeiras. “Apesar de compreenderem cada uma das personagens, somos obviamente oriundos de culturas muito diferentes, pelo que, no que diz respeito ao entretenimento, temos códigos, conjuntos de competências e objectivos diferentes”, lê-se na carta, na qual também escreve que tudo acabou por correr bem. “Isto pode parecer que vem do nada mas... estivemos a trabalhar arduamente este tempo todo. E agora todas as entidades envolvidas estão a trabalhar em sintonia.” O autor confessou, contudo, ter concordado com esta adaptação devido à sua “esperança de vida” – apesar de ter apenas 48 anos, sofre de alguns problemas de saúde (diabetes moderada e gota).

Numa carta mais recente (o autor parece gostar de se dirigir directamente aos fãs), divulgada em Junho, aquando do lançamento do trailer oficial, Eiichiro Oda revela que algumas cenas foram regravadas a seu pedido: “Mesmo depois de terminada a rodagem, houve várias cenas que a produção concordou em voltar a filmar porque eu achava que não eram suficientemente boas”. E faz uma previsão do futuro: “Depois do lançamento, tenho a certeza de que vou ouvir algumas pessoas a apontar a falta de uma personagem ou a omissão de uma cena, ou que esta parte é diferente da mangá. Mas tenho a certeza de que virão de um lugar de amor, por isso tenciono apreciar mesmo esses comentários!”

Rodada na África do Sul, a equipa de One Piece é oriunda de vários países. O protagonista Monkey D. Luffy é intepretado pelo mexicano Iñaki Godoy (The Imperfects) e o grupo de pequenos e leais desasustados que o acompanha, um grupo de piratas que dá pelo nome de Straw Hats, inclui o actor nipo-americano Mackenyu (Cavaleiros do Zodíaco) como o ambicioso espadachim Roronoa Zoro; a norte-americana Emily Rudd (Hunters), no papel de Nami, uma ladra que guarda os seus segredos a sete chaves; o jamaicano Jacob Romero Gibson (Rap Sh!t), que interpreta Usopp, descrito pela Netflix como um “sonhador com aventura no coração”; e o hispano-britânico Taz Skylar (The Lazarus Project), como Sanji, um habilidoso e encantador cozinheiro. Os norte-americanos Matt Owens (Luke Cage) e Steven Maeda (Perdidos) são os showrunners, acumulando funções como produtores executivos e argumentistas. Ainda não há confirmação para uma segunda temporada, mas é possível que o extenso séquito de fãs empurre a Netflix para mais um gordo investimento.

Netflix. Estreia a 31 de Agosto (T1)

+ Fenómeno ‘Barbie’ leva quase meio milhão de espectadores ao cinema

+ ‘Good Omens’: entre o céu e o inferno, não há limites

Últimas notícias

    Publicidade