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Os 8 momentos da noite dos Óscares que tem de ver

‘Oppenheimer’ ganhou os prémios, Ken ganhou os nossos corações.

Phil de Semlyen
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Phil de Semlyen
Global film editor
Ken
Photograph: Trae Patton/©A.M.P.A.S.
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Bom, no geral, os Óscares correram bastante bem. Abriram-se os envelopes certos, a maior parte das piadas funcionou e, mais importante, ninguém levou um murro. Jimmy Kimmel conduziu a cerimónia com a sua habitual mistura de confiança e de coragem, embora sem o calibre dos seus anteriores trabalhos como apresentador, e ninguém se queixou de os prémios terem ido para os vencedores previstos – à parte a derrota decepcionante de Lily Gladstone na categoria de Melhor Actriz.

Na verdade, o espectáculo pareceu uma vitória clara para a Academia, depois de vários anos complicados, e teve muitos momentos brilhantes, tanto na sala como nas audiências televisivas de todo o mundo. Não é certo que os Óscares consigam voltar a ser um êxito de audiências, mas mais noites como esta dar-lhe-ão uma oportunidade de lutar. Eis o que adorámos na gala deste domingo – e algumas coisas de que não gostámos.

1. A Kenergia de Ryan Gosling

O Baby Goose foi, sem dúvida, o MVP da noite, desconsiderando a equipa Oppenheimer. Poucos conseguem combinar charme descontraído com carisma de Lista-A como Gosling, pelo menos desde os tempos áureos de Brad Pitt – e a estrela de Barbie é muito mais engraçada. Os organizadores dos Óscares – e as equipas de realização da ABC – aproveitaram essas qualidades em intervalos regulares. Uma entretida troca de palavras entre Barbie e Oppenheimer, com Emily Blunt em palco, precedeu o momento alto da noite: uma interpretação de "I'm Just Ken" que brincou com a sequência de "Diamonds Are a Girl's Best Friend", de Gentlemen Prefers Blondes, e terminou com Slash e cerca de 300 Kens em palco e a maioria da audiência a soltar-se. Magnífico é pouco para descrever.

2. O sprint repentino de Emma Stone

O momento da noite que mais perto teve de provocar um choque foi quando Lily Gladstone perdeu o prémio de Melhor Actriz por Assassinos da Lua das Flores. Deixando de lado os prós e contras – e estamos no campo dos 'contras' –, a performance vibrante de Emma Stone em Pobres Criaturas foi uma merecida vencedora. A sua participação na noite dos Óscares também foi bastante divertida. Stone estava a divertir-se o tempo todo, especialmente quando foi apanhada a murmurar algo pouco lisonjeiro sobre Kimmel depois de este criticar Pobres Criaturas, e quando fez um regresso à sua cadeira estilo Ralph Fiennes em Grand Budapest Hotel para ver o filme ganhar outro prémio. Ela trouxe a energia caótica que os Óscares não tinham desde a última nomeação de Jennifer Lawrence.

3. O apelo de Jonathan Glazer pela paz

Esta reunião de milionários vestidos por designers a celebrarem-se a si mesmos parte de um ponto de vista insular e autocongratulatório e tem de trabalhar mais para fugir dessas percepções. Alguns discursos emocionantes e socialmente conscientes, abordando questões maiores e mais complexas, ajudam significativamente nesse sentido. Foi o que fez Jonathan Glazer, que no seu discurso, depois de ganhar o Óscar de Melhor Filme Internacional, estabeleceu uma ligação directa entre A Zona de Interesse e a actual ocupação de Gaza por Israel. O tema que mais ninguém se atreveu a abordar – à parte o protesto pró-Palestina que ameaçava interromper a cerimónia no exterior – veio de um cineasta judeu que acabara de fazer um dos filmes definitivos sobre o Holocausto, o que tornou tudo ainda mais poderoso.

4. A reunião surpresa dos Gémeos

Danny DeVito e Arnold Schwarzenegger reuniram-se para o 36º (!) aniversário de Gémeos, a comédia dos anos 80. Rapidamente, porém, tornou-se um encontro de vilões dos filmes do Batman, especialmente quando perceberam a presença do próprio Cavaleiro das Trevas, Michael Keaton, na audiência. A expressão no rosto de Keaton era a de alguém a ponderar desenterrar o seu batarang.

5. John Mulaney explica Campo de Sonhos

No que pode ter servido de audição para um futuro papel de apresentador – e a Academia poderia fazer escolhas muito piores –, John Mulaney, o habitué do Saturday Night Live, apareceu para apresentar o prémio de Melhor Som. Em vez disso, através de uma transição bastante ténue, fez uma explicação inspiradora de Campo de Sonhos que terminou com uma análise completa das regras do basebol dos fantasmas. Deem a este homem o microfone no próximo ano.

6. John Cena a mostrar tudo

Esta noite de Óscares foi muito bem enquadrada na história dos prémios da Academia, com um equilíbrio entre frescura e memória ao longo da noite. Num regresso ao streaker que interrompeu David Niven no palco em 1974, John Cena apareceu completamente nu para apresentar o prémio de Melhor Guarda-Roupa. Pelo menos, era suposto ter aparecido antes de ficar com medo e se recusar a subir ao palco. Foi muito divertido, com o timing cómico de Cena a tornar a tontice muito convincente. O ponto alto foi ver o lutador feito actor a correr pelo palco com o envelope dos nomeados a proteger as suas partes pudendas. "Os fatos são tão importantes", disse ele ao público, ao apresentar o prémio. "Talvez a coisa mais importante que existe".
John Cena
Photograph: Dana Pleasant/©A.M.P.A.S.

7. Nicolas Cage a ser Nicolas Cage

Conselho para todos os produtores dos Óscares: se conseguirem incluir Nicolas Cage no programa, incluam Nicolas Cage no programa.

8. Messi a ser a nova Lassi (outra vez)

Messi, o cão de Anatomia de Uma Queda, conquistou os corações de Hollywood ao longo da temporada de prémios, alegrando Tinseltown com a destreza e confiança de um veterano. Graças a truques de edição e anos de treino, houve cortes para Messi a aplaudir durante alguns dos prémios. Há algo que este cão não consiga fazer?

E dois pontos negativos...

A piada sobre cocaína de RDJ

Jimmy Kimmel é normalmente uma aposta segura em Hollywood, mas mesmo as mãos mais seguras deixam cair uma lata de milho ocasionalmente. O seu monólogo de abertura, e algumas das suas piadas subsequentes, pareciam um cartão de bingo de piadas preguiçosas sobre os Óscares. Houve alfinetadas ao uso de Ozempic, à animação ser para crianças e – suspiro – à duração dos filmes. Algumas das piadas eram bastante aleatórias – "Não vejo um actor francês comer vómito assim desde Gérard Depardieu", disse ele sobre o cão Messi de Anatomia de Uma Queda – e a sua improvisação sobre os problemas passados de Robert Downey Jr com drogas foi apenas embaraçosa para todos os envolvidos. Para ser justo, Kimmel foi muito seguro, e muitos dos segmentos do meio do espectáculo, como a participação nua de Cena, beneficiaram do seu timing e charme. E ainda o preferiríamos a muitos outros apresentadores recentes.

Outro incidente com o envelope de Melhor Filme

Todos em Hollywood – e noutros lugares – adoram Al Pacino, e ele parecia uma escolha natural para anunciar o vencedor de Melhor Filme. No entanto, ele deixou escapar o nome do vencedor quase acidentalmente e sem nenhuma das fanfarronices que se esperariam deste grande homem – e que certamente a Academia tinha esperado. Não chegou perto da gafe entre La La Land: Melodia de Amor e Moonlight em termos de constrangimento, mas ainda assim foi um momento de anticlímax no ponto alto da noite.

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