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Bom, no geral, os Óscares correram bastante bem. Abriram-se os envelopes certos, a maior parte das piadas funcionou e, mais importante, ninguém levou um murro. Jimmy Kimmel conduziu a cerimónia com a sua habitual mistura de confiança e de coragem, embora sem o calibre dos seus anteriores trabalhos como apresentador, e ninguém se queixou de os prémios terem ido para os vencedores previstos – à parte a derrota decepcionante de Lily Gladstone na categoria de Melhor Actriz.
Na verdade, o espectáculo pareceu uma vitória clara para a Academia, depois de vários anos complicados, e teve muitos momentos brilhantes, tanto na sala como nas audiências televisivas de todo o mundo. Não é certo que os Óscares consigam voltar a ser um êxito de audiências, mas mais noites como esta dar-lhe-ão uma oportunidade de lutar. Eis o que adorámos na gala deste domingo – e algumas coisas de que não gostámos.
1. A Kenergia de Ryan Gosling
O Baby Goose foi, sem dúvida, o MVP da noite, desconsiderando a equipa Oppenheimer. Poucos conseguem combinar charme descontraído com carisma de Lista-A como Gosling, pelo menos desde os tempos áureos de Brad Pitt – e a estrela de Barbie é muito mais engraçada. Os organizadores dos Óscares – e as equipas de realização da ABC – aproveitaram essas qualidades em intervalos regulares. Uma entretida troca de palavras entre Barbie e Oppenheimer, com Emily Blunt em palco, precedeu o momento alto da noite: uma interpretação de "I'm Just Ken" que brincou com a sequência de "Diamonds Are a Girl's Best Friend", de Gentlemen Prefers Blondes, e terminou com Slash e cerca de 300 Kens em palco e a maioria da audiência a soltar-se. Magnífico é pouco para descrever.
2. O sprint repentino de Emma Stone
O momento da noite que mais perto teve de provocar um choque foi quando Lily Gladstone perdeu o prémio de Melhor Actriz por Assassinos da Lua das Flores. Deixando de lado os prós e contras – e estamos no campo dos 'contras' –, a performance vibrante de Emma Stone em Pobres Criaturas foi uma merecida vencedora. A sua participação na noite dos Óscares também foi bastante divertida. Stone estava a divertir-se o tempo todo, especialmente quando foi apanhada a murmurar algo pouco lisonjeiro sobre Kimmel depois de este criticar Pobres Criaturas, e quando fez um regresso à sua cadeira estilo Ralph Fiennes em Grand Budapest Hotel para ver o filme ganhar outro prémio. Ela trouxe a energia caótica que os Óscares não tinham desde a última nomeação de Jennifer Lawrence.
3. O apelo de Jonathan Glazer pela paz
Esta reunião de milionários vestidos por designers a celebrarem-se a si mesmos parte de um ponto de vista insular e autocongratulatório e tem de trabalhar mais para fugir dessas percepções. Alguns discursos emocionantes e socialmente conscientes, abordando questões maiores e mais complexas, ajudam significativamente nesse sentido. Foi o que fez Jonathan Glazer, que no seu discurso, depois de ganhar o Óscar de Melhor Filme Internacional, estabeleceu uma ligação directa entre A Zona de Interesse e a actual ocupação de Gaza por Israel. O tema que mais ninguém se atreveu a abordar – à parte o protesto pró-Palestina que ameaçava interromper a cerimónia no exterior – veio de um cineasta judeu que acabara de fazer um dos filmes definitivos sobre o Holocausto, o que tornou tudo ainda mais poderoso.
4. A reunião surpresa dos Gémeos
5. John Mulaney explica Campo de Sonhos
6. John Cena a mostrar tudo
7. Nicolas Cage a ser Nicolas Cage
Conselho para todos os produtores dos Óscares: se conseguirem incluir Nicolas Cage no programa, incluam Nicolas Cage no programa.
8. Messi a ser a nova Lassi (outra vez)
E dois pontos negativos...
A piada sobre cocaína de RDJ
Outro incidente com o envelope de Melhor Filme