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Junho de 2011, ilha de São Miguel. Tudo é calmo, sereno, demasiado. Um mês depois, o Walk&Talk (WT) trazia a possibilidade de confronto à ilha, através da intervenção no espaço público. A street art como abanão, provocação. Emergiram os primeiros 18 murais, depois a coisa evoluiu, junto com a população, expandindo-se pelo território e pelas formas de o olhar. São Miguel nunca mais foi a mesma.
Este ano, 12 edições depois, o festival de artes contemporâneas assume a passagem para bienal. E que mudanças isso traz? "Em 2011, o walk&talk surgiu como o primeiro gesto de uma geração à procura de espaço, com vontade de caminhar e sem medo de falar. Desde então, tem olhado para a ilha como ponto de intersecção, construindo geografias afectivas, culturais e territoriais alternativas, que imaginam outras centralidades e relações no mundo." Depois de terem conseguido uma casa para a associação (a vaga), o trabalho por vir exige "tempo, atenção e cuidado, conduzindo a "outros ritmos e formas de fazer". "Daí a decisão de transformar o walk&talk num modelo bienal", cuja primeira edição acontece em 2025, explica a organização na página oficial.
'A Alegria do Sexo Alegre', performance, funk e trap
Nessa ideia de olhar com tempo e "além-arquipélago", a festa chega a 10 de Maio a Lisboa, mais precisamente à Casa Independente, e traz com ela uma leitura, música e outras apresentações. O dia começa às 21.30 com a partilha dos últimos anos de festival, através da apresentação do catálogo Walk&Talk 2011-2022: o que não sabes merece ser descoberto, onde quase 1000 imagens e algumas histórias contam o que se passou até aqui. Do arranque faz parte uma leitura pelos artistas João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira, a partir do texto A Alegria do Sexo Alegre, um ensaio-viagem pelas "memórias, por paisagens e pessoas da ilha de São Miguel, por projectos e por várias edições de um festival que 'quis questionar, pensar, interpretar e reinterpretar a estrutura idiossincrática da cultura açoriana'".
Já às 22.00 Gustavo Ciríaco mostra a sua criação gráfica, ISTMO, em conjunto com a performer Sara Zita Correia.
Logo a seguir, e até às 02.00, os DJ sets de Atelineiras e SoundPreta trazem à pista o pop, o funk, o trap, o grime e o drill, entre outras sonoridades contemporâneas. É dançar.
Largo do Intendente Pina Manique, 45. 10 Mai, 21.30. 5€.
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