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‘Os Anéis do Poder’: Sauron é “como muitas figuras do mal no mundo contemporâneo”

‘Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder’ regressa a 29 de Agosto, na Prime Video, para uma segunda temporada. Falámos com os actores que interpretam os elfos Arondir e Celebrimbor e também o grande vilão da saga, Sauron.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
Charlie Vickers
©DRCharlie Vickers (Sauron/Annatar), em 'Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder'
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A fantasia tem tomado de assalto o Verão. Em Junho estreou a segunda temporada de House Of The Dragon, a prequela de A Guerra dos Tronos que adapta a obra de George R.R. Martin. Um dos muitos discípulos – talvez o maior – do grande mestre, de seu nome J.R.R. Tolkien, o autor britânico e criador do mundo fantástico popularizado na trilogia de livros O Senhor dos Anéis, adaptada com sucesso ao cinema e depois à televisão. Falamos de Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder, série que estreou em 2022 e recua milhares de anos para contar em pormenor a história da criação dos famosos anéis que foram distribuídos por várias espécies de seres que habitam a imaginária Terra Média: elfos, anões e humanos. À semelhança da primeira temporada, a segunda terá oito episódios.

O Senhor dos Anéis (1954-55), de J.R.R. Tolkien, deu-nos a conhecer a chamada Terceira Era da fictícia Terra Média. Mas, graças a uma série de apêndices criados por Tolkien que apoiam a famosa narrativa, nasceu esta série que se situa na Segunda Era, para contar em pormenor a história da criação dos famosos anéis que iriam salvar a Terra Média de era de escuridão. A segunda temporada acompanha a ascensão do maléfico Sauron, que astutamente supervisiona a criação de mais anéis, sob disfarce. Conversámos com o actor que lhe dá vida nesta produção, o australiano Charlie Vickers, e também com o britânico Charles Edwards, que interpreta o elfo Celebrimbor, e com o porto-riquenho Ismael Cruz Cordova, que veste a pele do primeiro elfo negro de toda a saga: Arondir.

“Nunca vimos um elfo como ele”

Arondir é um dos personagens criados para Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder. E, portanto, tem trilhado um caminho desconhecido e não sabemos onde irá parar. O elfo silvestre que se apaixonou por uma humana, após ter estado quase 80 anos a vigiar a vila de Tirharad, cujos habitantes em tempos se aliaram a Morgoth, o anterior senhor das trevas, derrotado no fim da Primeira Era. Numa segunda temporada “mergulhada na escuridão”, como descreve à Time Out Ismael, Arondir procura “tentar encontrar o seu caminho e ver onde se encaixa com todos estes humanos” que continua a defender, uma vez que é essencialmente o protector não oficial das Terras do Sul”.

Ismael Cruz Córdova
©DRIsmael Cruz Córdova (Arondir), em ‘Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder’

Este elfo também acaba por oferecer uma visão sobre as pessoas comuns, que encontram mais tempo de antena nesta história, e é através dos olhos de Arondir que os acompanhamos, e também com ele que ganhamos uma nova perspectiva dos elfos. Cordova concorda. “Estamos habituados a ver os elfos régios, superiores, poderosos, impecavelmente vestidos e ornamentados. Mas nunca vimos um elfo como ele, que nos mostra que existe toda uma estrutura que essencialmente imita a hierarquia do mundo humano [...]. E, através disso, acho que vemos a humanidade e a simplicidade deste personagem.” Sobre algumas críticas iniciais relativas à sua cor de pele, o actor porto-riqueno admite que “foi um grande problema”, mas “ultrapassadas as aparências” o público acabou por se identificar com Arondir, por lhes parecer mais “familiar”.

“Sauron acredita que está a fazer o bem”

Lado a lado, Charlie Vickers e Charles Edwards. Que interpretam Sauron (ou Halbrand, a sua versão humana) e Lorde Celebrimbor. Na primeira temporada, os dois personagens aproximaram-se em torno da forja dos anéis e na segunda temporada Sauron vai assumir uma outra falsa identidade para convencer o elfo a unir-se na missão de forjar mais anéis: Annatar, O Senhor dos Presentes. Mas se sabemos como isto vai acabar, assim muito lá para a frente com Frodo e companhia, o que prende o público? Vickens, um especialista na matéria, fala-nos de lacunas. “Tolkien esboçou isto [esta parte da história] muito levemente, escreveu literalmente algumas frases sobre isto. E então temos a oportunidade de preencher todas as lacunas que ele deixou – e ele foi vago em alguns pontos”, explica, defendendo que esta é “uma oportunidade realmente emocionante de oferecer algumas versões do que poderia ser”, além de “ver a criação dos anéis e como tudo acontece”.

A relação entre os dois personagens vai-se então estreitar nesta segunda temporada, num “como se Sauron trouxesse as ideias e Celebrimbor o know-how”, descreve Charlie Vickers. “Há manipulação, jogos de poder e drama psicológico dentro desta relação, de dois indivíduos numa sala a tentar fazer uma descoberta científica”, acrescenta.

Charlie Vickers e Charles Edwards
©DRCharlie Vickers e Charles Edwards

Arriscámos perguntar aos dois actores se conseguem fazer um paralelo sobre o que poderão representar estes personagens quando pensamos no mundo real, o que acabou por dar pano para mangas. Segue o corte e costura. Para Edwards, Celebrindor “representa a facilidade com que as pessoas boas podem ser mal aconselhadas e ficar presas a influências predatórias”, continuando a achar que estão a praticar o bem, sem terem “consciência imediata” da direcção que estão a tomar. Para Vickers, há uma “correlação directa” com a realidade em Sauron. “Como muitas figuras do mal no mundo contemporâneo, Sauron acredita que está a fazer o bem, está a tentar curar e reabilitar a Terra Média. Mas claro, o poder corrompe e nada o vai fazer parar na busca para o alcançar. Há inúmeros exemplos disso ao longo da história, muitos dos quais inspiraram Tolkien”, desenvolve o actor.

Nesta fase, Sauron é um lobo em pele de cordeiro e aproveita-se de um quê de vaidade de Celebrimbor, como explica Edwards: “A vaidade ganha. O desejo de Celebrimbor de ajudar a Terra Média é fundamental, mas torna-se descolorido à medida que avançamos na segunda temporada. Mas quando Annatar se apresenta a Celebrimbor dessa forma, como um mensageiro dos Valar [uma espécie de anjos], não é apenas um tipo a entrar e a dizer ‘posso ajudar-te’. Ele é enganado, mas é enganado por um Deus”.

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