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Nos absurdos anos de 2020 e 2021, a música foi um dos maiores consolos – apesar de tudo, a música portuguesa conseguiu dar-nos grandes discos. Mas muitos artistas preferiram esperar por dias melhores e adiaram lançamentos, depositando em 2022 a esperança de um ano de maior desconfinamento na cultura. Ainda a navegar na incerteza destes dias, poucas editoras arriscam ainda datas concretas para novas edições, mas há bons sinais de que 2022 vai ser um ano em grande.
A começar por Janeiro, que marca o regresso de Mário Barreiros, produtor e multi-instrumentista de vasto currículo, que lança um disco dedicado ao jazz e à música improvisada no dia 17. Segue-se o novo álbum da dupla Joana Gama e Luís Fernandes (dia 20) e a estreia de Club Makumba, projecto que nasceu da parceria entre o guitarrista Tó Trips e o baterista João Doce (dia 21). No dia 28, há discos novos de Fernando Tordo, do duo Miramar (Frankie Chavez e Peixe), de Manuel Linhares, do trio Penguin Can Fly e da Orquestra Jazz de Matosinhos com a cantora Rebecca Martin e o baixista Larry Grenadier – ao longo do ano, a Orquestra lançará outros dois álbuns, um deles com o guitarrista Kurt Rosenwinkel.
Com data certa para Fevereiro, estão agendados novos lançamentos da cantautora Tamara Jokic (dia 4), de Beato, uma das metades dos Ultraleve (dia 18), do cantautor Mariano Deidda (dia 25), do fadista Carlos Leitão (dia 23), da cantautora Mari Segura (dia 25) e do guitarrista José Maria Souto (dia 26). Destaque para os novos discos do pianista Mário Laginha (Jangada) e do produtor Nigga Fox (Música da Terra), para o álbum de estreia de Catarina Branco (dia 25), produzido por Luís Severo, e para o sexto dos Linda Martini (dia 25), que se chamará Errôr.
Março deverá trazer álbuns novos de Aline Frazão (Uma Música Angolana, a sair no dia 4) e de Aldina Duarte (previsto para meados do mês). Mas também novos registos das irmãs Golden Slumbers, do trio Cobracoral (Catarina Miranda, Clélia Colonna e Ece Canli), do grupo vocal feminino Sopa de Pedra, do projecto Re:Imaginar Monte Cara (dedicado à cultura cabo-verdiana em Lisboa), dos Too Many Suns, da dupla Tracy Vandal & John Mercy e o primeiro álbum a solo de Milton Gulli, fundador de projectos como Cacique'97 e ex-vocalista dos Cool Hipnoise.
O primeiro trimestre do ano verá ainda nascer os discos de estreia da dupla subversiva e activista Fado Bicha, do projecto Storm Factory (Giulia Gallina e Rui Maia) e do produtor Benji Price. Também previstos para este trimestre estão o novo EP de Carlão, uma mixtape de Co$tanza, um EP do rapper Vado Más Ki Ás e novos álbuns de Márcia, Filho da Mãe e Fernando Cunha (Delfins, Resistência).
Em Abril, vamos ouvir álbuns novos de Maria Reis (Pega Monstro), Xinobi (Discotexas), A Garota Não, Sereias e Coverbilly Psychosis, um disco de tributo aos Tédio Boys. Já em Junho, o aniversário da Maternidade – agência, promotora, produtora, editora – será assinalado com uma colectânea de inéditos.
Para o primeiro semestre do ano estão ainda previstos novos lançamentos dos You Can’t Win Charlie Brown, Valter Lobo, Nádia Schilling e Ditch Days, o EP de estreia da cantautora Bokor e o novo álbum do produtor Branko. A agência, editora e promotora Revolve anuncia também novas edições do baterista Ricardo Martins e dos colectivos Montanhas Azuis (Norberto Lobo, Marco Franco, Bruno Pernadas) e Fumo Ninja (Norberto Lobo, Ricardo Martins, Leonor Arnaut e Raquel Pimpão).
A segunda metade do ano promete álbuns novos de The Legendary Tigerman, Tó Trips, Chão Maior (onde militam nomes como Norberto Lobo, Yaw Tembe, Leonor Arnaut e Ricardo Martins), Luís Fernandes e do mestre António Chainho, que verá também lançada a sua biografia.
Confirmado para 2022, mas sem data concreta, está o muito aguardado novo álbum de Ana Moura, que se encontra numa nova fase da carreira, a abrir novos horizontes à sua música. Também em data incerta, mas a merecer destaque, os novos discos de Norberto Lobo, Filipe Sambado, Scúru Fitchádu, Blind Zero, Gala Drop, Éme & Moxila, Putas Bêbadas, Best Youth, Throes + The Shine, Ricardo Toscano e Profjam.
Mas há mais: novidades de Da Chick, Bejaflor, Galo Cant'Às Duas, Lobo Mau, Fugly, Tomara, Os Quatro e Meia, Almirante Ramos, Tiroliro & Vladimir (duo formado por Gimba e Jorge Galvão, dos Afonsinhos do Condado), Maria Emília, Jorge Fernando, David Bruno com convidados, Eu.Clides com produção de Pedro da Linha, e a continuação das reedições do catálogo de Amália Rodrigues através da Valentim de Carvalho.
Para terminar, uma vénia à Omnichord, que em 2022 comemora uma década com um ano em cheio. A editora de Leiria promete discos novos de Surma, Nice Weather For Ducks, Few Fingers, The Allstar Project, um EP dos Jerónimo e material novo de Labaq, Cabrita, Whales, Twin Transistors e First Breath After Coma.
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