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No final do primeiro ID NO LIMITS, que levou seis mil pessoas ao Centro de Congressos do Estoril entre os dias 29 e 30 de Março de 2019, a organização gabava-se do “sucesso absoluto” da estreia. As actuações de artistas internacionais como IAMDDB, Madlib ou Arca e nacionais como Pedro Mafama ou Dino D’Santiago e as possibilidades abertas pelo festival foram elogiadas um pouco por todo o lado. A realização de uma segunda edição, em 2020, era uma certeza. Mas depois a pandemia aconteceu. O ID NO LIMITS foi cancelado uma vez, e mais outra. Já chega, porém. A segunda edição está marcada para os dias 24, 25 e 26 de Fevereiro.
Karla Campos, promotora do festival, destaca que “será o primeiro festival a arrancar em 2022 no formato normal em período covid seguindo as restrições impostas em que o público apenas terá de apresentar o certificado digital covid válido ou um teste negativo covid e o uso da máscara”. Compreende-se o entusiasmo da organização. Apesar de, com mais ou com menos restrições, já termos podido assistir a sucessivos festivais desde o último ano, parece que é desta que os grandes festivais de música vão mesmo voltar a realizar-se. E o ID NO LIMITS pode ser o pontapé de partida para uma Primavera e um Verão de desforra.
No cartaz do festival, a electrónica encontra-se com o hip-hop, r&b e outras músicas urbanas, tocadas e passadas por artistas de várias geografias – da África à América Latina, mas também e inevitavelmente dos Estados Unidos e da Europa, incluindo Portugal, o país mais representado no cartaz. Ao longo dos três dias do festival, vão passar pelos cinco palcos – incluindo uma silent disco, onde cada um escolhe a música ao som da qual dança, saída de um par de headphones – do Centro de Congressos do Estoril mais de 40 artistas.
No primeiro dia, a par de um contingente internacional liderado pela rapper britânica de ascendência nigeriana Lex Amor e os DJs e produtores Mr. Carmack e Jarreau Vandal, destacam-se as rappers portuguesas Nenny e Mynda Guevara; a ex-Beautify Junkyards Rita Vian, agora a operar num espectro amplo, onde a música electrónica e urbana se funde e confunde com a tradição portuguesa; e ainda David Bruno. O produtor do Conjunto Corona, que nos últimos anos se tem dedicado a cantar e produzir uma música coberta em névoa nostálgica e com raízes no Portugal profundo, vai tocar “temas de todos os discos do [seu] repertório”.
A festa continua na sexta, 25 de Fevereiro, com o rapper irlandês Rejjie Snow, a cantora de r&b psicadélico londrina Greentea Peng, a DJ de perreo e reggaeton madrilena Flaca, e muita gente boa portuguesa, desde jovens talentos do trap como SippinPurpp ou Lon3r Johny ao já veterano rapper Regula, passando por figuras mais difíceis de classificar como Tristany ou o cada vez mais ubíquo Pedro Mafama, que editou no ano passado Por Este Rio Abaixo, um disco de “música popular portuguesa virada para o futuro”, nas suas próprias palavras. A fechar a noite, vai ouvir-se um DJ set de Mike El Nite.
Por fim, no sábado, 26, destaca-se Branko. “Vou apresentar o meu espectáculo audiovisual que vai levar a audiência do ID NO LIMITS numa uma viagem por todos os meus anos de produção e de actividade enquanto artista, apontando também algumas direcções para o futuro”, antecipa o fundador da Enchufada, um dos principais players e divulgadores da música e cultura urbana portuguesa. Vale também a pena apontar os nomes dos sul-africanos Major League DJz, do português Pedro da Linha, e dos britânicos cktrl, Shygirl, Moses Boyd, Poppy Ajudha e Jamz Supernova – de música clássica reimaginada e jazz a hyperpop e grime, vai ouvir-se de tudo. Porque, nas palavras de Karla Campos, “não há limites para a música contemporânea dos dias de hoje”.
Centro de Congressos do Estoril. Qui 24-Sáb 26. 21.30-04.00. 40€-60€.
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