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Os momentos da cerimónia dos Óscares de que vamos falar durante semanas

De discursos emotivos a grandes interlúdios musicais, recorde os momentos mais marcantes da cerimónia de entrega dos prémios da Academia norte-americana.

Hugo Geada
Escrito por
Hugo Geada
Jornalista
Kieran Culkin
DR | Kieran Culkin durante o seu discurso nos Óscares
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A cerimónia da 97.ª edição dos Óscares aconteceu na madrugada de segunda-feira, 3 de Março, e, tal como nos tem habituado, ofereceu à audiência inúmeros momentos sobre os quais falar durante as próximas semanas (quem sabe recordar nos próximos anos).

Um dos momentos mais marcantes da noite foi a arrebatadora vitória de Anora, filme de Sean Baker, que fez história ao vencer quatro estatuetas douradas (melhor filme, realizador, argumento original e edição) na mesma noite, igualando um feito apenas antes conseguido por Walt Disney, em 1953. Algo que tão cedo não vamos esquecer foi o seu discurso, no qual apelou à importância de apoiarmos o cinema independente.

Mas não foi o único momento histórico. Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles, tornou-se o primeiro filme brasileiro a vencer um Óscar. No seu discurso, o realizador agradeceu a Eunice Paiva, a mulher que inspira o filme e que é interpretada por Fernanda Torres.

Criado por um colectivo de artistas e activistas israelitas e palestinianos, o documentário No Other Land conquistou Óscar de Melhor Documentário em Longa-Metragem. Este projecto aborda os esforços do exército israelita para demolir casas de cidadãos palestinianos numa zona do sul da Cisjordânia. O discurso de agradecimento foi um dos momentos mais emotivos da cerimónia. "Quando olho para Basel [Adra, realizador palestiniano deste trabalho], vejo o meu irmão, mas somos desiguais", disse o cineasta israelita Yuval Abraham. "Vivemos num regime em que sou livre ao abrigo da lei, e Basel está sujeito a leis militares que lhe destroem a vida e que ele não consegue controlar".

Foi também a primeira vez que a Letónia venceu um Óscar. Flow – À Deriva, um filme independente criado num software gratuito, foi o escolhido na categoria de melhor filme de animação, superando projectos da Disney, Inside Out 2, ou da Dreamworks, Robot Selvagem. O realizador Gints Zilbalodis dedicou o prémio aos seus gatos e cães e disse que a humanidade “estava toda no mesmo barco”, referindo-se ao meio de transporte utilizado pela personagem principal do filme, um gato preto.

Quem não é estranho à glória dos Óscares é Adrien Brody. Depois de vencer em 2003 o prémio para melhor actor principal, com O Pianista, agora, com O Brutalista, o intérprete fez o bis. Durante o seu (longo) discurso, a orquestra começou a tocar a música que indica que o tempo dos vencedores está a acabar, no entanto, ele mandou os músicos pararem a música. “Este não é o meu primeiro rodeo”, disse.

Jeremy Strong chorou, mas não foi por ter perdido. Robert Downey Jr. entregou o prémio de melhor actor secundário – que foi para o seu irmão ficcional em Succession, Kieran Culkin – e, quando apresentou o homem que interpretou Roy Cohn em O Aprendiz, dedicou-lhe umas bonitas palavras sobre a sua longa amizade.

Por falar em irmãos ficcionais, Kieran Culkin, que venceu o galardão pela sua performance em A Verdadeira Dor, revelou no seu discurso de agradecimento que a sua mulher, Jazz Charton, prometeu que teria mais dois filhos com ele caso o actor vencesse um Óscar (o que, aparentemente, ela julgava que não viria a acontecer).

Foi um prémio que dividiu os espectadores, especialmente com toda a controvérsia que está a envolver Emilia Pérez, mas Zoe Saldaña fez um discurso emotivo quando venceu o Óscar de melhor actriz secundária, mencionando a mãe, que estava presente na cerimónia, e o “lindo” cabelo do marido.

Os incêndios que fustigaram a Califórnia em Janeiro, destruindo casas e provocando dezenas de vítimas mortais, seriam sempre um tema inescapável e o evento decidiu homenagear as várias equipas de bombeiros que combateram as chamas com diversos representantes. Estas pessoas receberam uma ovação digna de um filme premiado em Cannes. Além disso, ainda tiveram oportunidade de mandar umas piadas. “Os nossos corações estão com todos aqueles que perderam as suas casas. Estamos claro a falar dos produtores de Joker 2”, disse o capitão do departamento de bombeiros de Los Angeles, Erik Scott.

No mesmo ano em que o franchise de 007 encontrou uma nova casa, na Amazon, esta saga de filmes foi homenageada com um número musical, protagonizado por Lisa das Blackpink, Doja Cat e Raye a cantar “Skyfall”.

A cerimónia foi apresentada por Conan O’Brien, que teve vários momentos hilariantes. Por exemplo, quando disse: “Os americanos estão entusiasmados [com Anora] por verem finalmente alguém fazer frente a um russo poderoso". Ou quando mencionou os controversos tweets de Karla Sofía Gascón, protagonista de Emília Perez.

Na tradicional homenagem aos membros da indústria do cinema que morreram, Morgan Freeman apresentou este segmento, dedicando umas palavras a Gene Hackman, que morreu recentemente.

Quem também fez história foi Paul Tazewell, tornando-se o primeiro designer negro a vencer o Óscar para melhor guarda-roupa, pelo trabalho desenvolvido em Wicked. O momento do seu discurso foi assinalado por uma bela ovação.

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