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A segunda edição do Book 2.0 arrancou esta quinta-feira, 5 de Setembro, no Museu do Oriente, e o futuro dos livros em Portugal e na Europa estará em debate até ao final de sexta-feira, dia 6. A propósito, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) apresentou um estudo sobre os hábitos de compra e leitura em Portugal, que confirma um crescimento significativo do mercado editorial português: cerca de 7% em 2023, com um volume total de 187 milhões de euros, face aos 175 milhões de euros de 2022, e quem mais compra são os jovens.
“Os dados actualizados sobre os hábitos de compra e leitura dos portugueses dão-nos pistas muito relevantes sobre a forma como devemos fortalecer o diálogo com as autoridades públicas, as editoras e as instituições educacionais, de modo a continuar a promover acções concretas para estimular a leitura e a literacia no nosso país”, diz Pedro Sobral, presidente da APEL, citado em comunicado.
Desenvolvido pela Nielsen/GFK para a APEL, o estudo Mercado do Livro: Hábitos de Compra e Leitura em Portugal conclui que, comparativamente ao ano de 2022, a percentagem de portugueses que compram livros no último ano aumentou 3% (65% versus 62%). Mas o “grande destaque” é o perfil dos compradores: quem mais compra (76%) tem entre 25 e 34 anos. Além disso, a faixa etária dos 15 aos 24 (que corresponde a 41% do total dos inquiridos) afirma ter comprado mais livros em 2023 do que em 2022. Mas estes valores referem-se a apenas 87% do mercado livreiro, não tendo em conta os livros vendidos em plataformas de comércio electrónico.
“Parece que finalmente estamos a adquirir hábitos de leitura e que mais pessoas estão a abrir portas a novos mundos e ideias, em especial nos mais novos, e isso advém da preocupação dos pais e cuidadores em envolvê-los na experiência da leitura e da compra do livro”, partilha Pedro Sobral na mesma nota.
Em média, os portugueses lêem 5,6 livros por ano – 73% dos inquiridos afirmam ter lido pelo menos um livro nos últimos 12 meses. Destes, 34% leram menos livros que em 2022, 23% leram mais livros e 39% leram a mesma quantidade de livros. E sim, o papel continua a ser o formato preferido de 93% dos portugueses, com apenas 17% a referir que também lê livros em formato digital.
Sabe-se também que, neste momento, é a classe média quem lidera a compra de livros, já que representa 73% das compras em 2023, e que o número médio de livros adquiridos por pessoa subiu, passando de 4,7 em 2022 para 4,8 em 2023, com 61% dos portugueses a preferir romances (69% em 2022) – 49% prefere policial (42% em 2022), 43% romances históricos (52% em 2022) e 42% títulos infanto-juvenis (50% em 2022). Do total, 83% compra para consumo próprio e 44% para oferecer.
“São boas notícias, estamos a criar estes leitores e a crescer neste campo, mas também é verdade que partimos de uma base muito baixa, o que significa que ainda temos um longo trabalho pela frente. Cada um destes livros comprados é mais uma oportunidade para influenciar a próxima geração a resistir à manipulação e a ter um pensamento crítico robusto.”
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