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Ouro, Incenso e Birra: sábado há música grátis em Marvila

Luís Filipe Rodrigues
Editor
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Os cervejeiros de Marvila voltaram a unir esforços para dar música ao bairro. Sábado há Ouro, Incenso e Birra.

É uma espécie de festival. 19 artistas e projectos portugueses vão dar música a Marvila, entre as três da tarde de sábado e as duas da manhã de domingo, na segunda edição do Ouro, Incenso e Birra. E não é preciso pagar para ver nenhum dos 11 concertos e quatro DJ sets confirmados – se os números não batem certo é porque o Clube do Capitão Leitão distribui seis artistas por dois concertos, aliás, um concerto dividido em duas parte.

“O Ouro, Incenso e Birra surgiu no ano passado no seguimento do sucesso da primeira grande festa organizada pelas [cervejeiras] Dois Corvos, Lince e Musa: a Oktober Festa”, conta Bruno Carrilho, da Musa. “Se em Outubro tínhamos apostado numa celebração de origem internacional com um toque português/marvilense, em Janeiro decidimos ter como base uma tradição bem portuguesa mas, infelizmente, em vias de extinção: a de cantar as Janeiras.”

A ideia central era e é promover a cerveja artesanal, todavia esta é uma celebração aberta ao bairro e à cidade. Além da Fábrica Musa e da Dois Corvos, há concertos e DJ sets na Fábrica Moderna, no Café com Calma, no Marvila 105, na sede da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla e no Teatro Meridional, que funcionará como base de operações da cervejeira Lince.

“Para convencer as pessoas a sair de casa no frio (relativo) de Janeiro, apostámos num cartaz musical bastante mais preenchido e diversificado”, assume Bruno Carrilho. "Há uma componente de descoberta do excelente momento de criatividade e dinamismo que o panorama musical tem vivido em Lisboa e em Portugal nos últimos tempos.”

Entre os momentos-chave de sábado contam-se os concertos com a chancela do Clube do Capitão Leitão, um estúdio de música e sala de ensaios em Marvila. Uma definição superficial, adverte Carrilho. “A um nível mais profundo, o Clube do Capitão Leitão é, passo a citar, ‘uma comunidade de artistas, exploradores da musicalidade e defensores da liberdade, como só a arte sabe expressar’. Soa a loja maçónica, mas não é. Estou quase certo.”

O Clube do Capitão Leitão vai ocupar o espaço Marvila 105. Os primeiros a tocar são casuar, Meses Sóbrio e Trêsporcento, que vão estar juntos a partir das cinco e um quarto. Às 21.00 há mais um concerto, desta vez de Madrepaz, Samuel Úria e Lot. A ideia é os artistas cruzarem-se em palco, cantando e tocando sozinhos ou bem acompanhados, de uma forma fluída e natural. A noite termina com um DJ set de Vilamar.

Destaca-se ainda o concerto, às 16.30, na Fábrica Musa, de Primeira Dama, prodigioso ponta de lança da Xita Records e autor de uma pop portuguesa de ouvidos postos nos EUA, que ao longo do último ano acompanhou Lena D’Água em mais do que uma ocasião. No mesmo sítio, mas às 19.15, tocam os Reis da República e a partir das 23.00 há um DJ set de Brandos Costumes.

Pelas 19.45, no Armazém Dois Corvos, toca Suave, mais conhecido como Nick Nicotine, homem de múltiplos e diferentes projectos e figura fulcral da música barreirense dos últimos anos, com mais de 50 discos editados. Segue-se, pelas 22.00, um concerto de Djumbai Djazz. E às 20.00, na tap room da Dois Corvos, há um DJ set de Abel Santos.

E ainda não se escreveu aqui sobre Sean Riley, que às seis da tarde apresentará as canções inspiradas pela América do álbum California no Café com Calma. Nem sobre Iguana Garcia, que vai estar na Fábrica Moderna a partir das cinco, com um pé no rock e o outro na electrónica. E muito menos sobre o DJ Afonso Matos, nem Café Ena e Andrew White, respectivamente uma cantora e um cantor portugueses de folk de inspiração anglo-americana, para conhecer no Teatro Meridional.

Mas a vida não é só música. “Também há cerveja, mais de 30 variedades”, anuncia a organização. Incluindo uma red ale irlandesa co-produzida pela Dois Corvos, a Lince e a Musa. E o evento tem uma componente solidária. “No ano passado recolhemos cerca de quatro mil euros para a reabilitação de equipamentos sociais da Casa de São Vicente, uma instituição marvilense que dá um apoio incrível a pessoas com insuficiências cognitivas ou motoras. Este ano os fundos recolhidos reverterão para a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), que tem como missão melhorar as condições de vida dos portadores desta doença e dos seus familiares.” Porque beber, às vezes, ajuda quem mais precisa.

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