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A espera está a terminar. Pabllo Vittar chega a Lisboa esta semana para um muito aguardado – e quase esgotado – espectáculo no Campo Pequeno. Contamos-lhe mais sobre a drag queen brasileira que está a inspirar o mundo.
Foi de surpresa que Pabllo Vittar apareceu no palco do Arraial Pride, no Terreiro do Paço, no Verão passado, perante a histeria dos muitos fãs. A personagem criada por Phabullo Rodrigues da Silva, de 24 anos, e natural do Maranhão, tornou-se a drag queen mais popular do Brasil (o ano passado foi o quinto nome mais googlado desse país) e o sucesso atravessou o oceano. Hoje em dia é inspiração para uma nova geração de drag queens de Lisboa que actuam em clubes mais underground.
![](https://img.youtube.com/vi/J6UBEhPVf1w/sddefault.jpg)
Por exemplo, Sylvia Koonz, eleita Miss Drag Lisboa na primeira edição do concurso, em 2017, e habituée do Trumps, que acabou por actuar ao lado de Vittar. “Conheço-a desde o seu primeiro hit, ‘Open Bar’, [de 2015], quando quase ninguém a conhecia”, conta. “Acompanhei o seu percurso e à medida que se foi tornando mais mainstream, deu-nos esperança de que um dia também o pudéssemos ser. Mas em Portugal é difícil – por enquanto.”
Pabllo Vittar esteve o ano passado em Lisboa para gravar um videoclipe no Ferroviário com o duo de electrónica brasileiro Soffi Tukker e aproveitou para dar um ar da sua graça no palco do Pride. Uma maneira também de aguçar o apetite para este espectáculo em nome próprio no Campo Pequeno nesta quarta, 24 de Abril.
O pretexto para encher uma sala tão grande é o seu segundo álbum, Não Pára Não, lançado em Outubro e sucessor de Vai Passar Mal, uma mistura de pop, tecnobrega e trap, que já é disco de ouro no Brasil.
“Ela inspira milhares e continua-me a inspirar todos os dias, com a sua arte, por ser quem é, e por representar-nos de uma forma tão bonita no Brasil, um dos países que mais mata pessoas LGBTI+”, continua Sylvia Koonz. “E tudo o que é mainstream no Brasil também se torna conhecido em Portugal.”
![](https://img.youtube.com/vi/3L5D8by1AtI/sddefault.jpg)
Em Portugal e no mundo. O luso-canadiano Adam Moço, criador do concurso Miss Drag Lisboa e da personagem Miss Moço, concorda. “É particularmente importante para inspirar e dar esperança a uma geração mais jovem que está a crescer no Brasil no contexto político actual”, considera. “Drag é uma forma de arte e uma maneira de superar momentos difíceis. A visibilidade da Pabllo, tal como a de RuPaul [do concurso norte-americano RuPaul’s Drag Race] ajuda a inspirar. “
Mais recentemente, Vittar emprestou a sua voz à personagem Goldiva, da série de animação para adultos da Netflix Super Drags, lançada em Novembro, que acompanha três super-heroínas drag queens. A estreia da série no Brasil foi polémica e acabou por ser cancelada ao fim de uma temporada com cinco episódios.
Quarta, 24 de Abril, 22.00, no Campo Pequeno. Bilhetes a 30€.