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A Quinta da Baldaya, em Benfica, vai ser transformada num complexo habitacional destinado ao arrendamento acessível. A obra foi anunciada na semana passada pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), que vai investir cerca de 51,8 milhões de euros, valor financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, na construção de 266 apartamentos. Este é o terreno das antigas instalações do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária, paredes-meias com o Palácio Baldaya. Mas a obra, garante o presidente da Junta de Freguesia, Ricardo Marques, não afectará o funcionamento deste espaço cultural, que se tornou uma referência no bairro desde que abriu, em 2017.
“O complexo habitacional não terá qualquer efeito sobre o perímetro do Palácio Baldaya”, esclarece o autarca, em resposta à Time Out. Pelo contrário: vai “ganhar espaço no que diz respeito às zonas de jardins”. É aqui que funciona a academia Arcade Dance Center, sob a batuta do coreógrafo e bailarino Cifrão, e é aqui que é costume montar-se um palco para espectáculos ao ar livre. A primeira vai manter-se como está. O espaço disponível para o segundo “será aumentado”. “Vai ser possível continuar a realizar espectáculos neste local, seguindo aquela que tem vindo a ser a nossa estratégia, de intensa actividade cultural no nosso bairro de Benfica, com uma programação eclética nas diferentes vertentes artísticas”.
Ricardo Marques revela que existe até a possibilidade de a oferta cultural crescer naquele quarteirão, que fica entre a Estrada de Benfica, a Rua das Garridas e a Rua General Morais Sarmento. “Estamos a dialogar com o IHRU para que se possam transformar alguns dos espaços [do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária] que não serão demolidos em espaços culturais, como é o caso das antigas cavalariças, sem esquecer os espaços para residências artísticas na linha do Palácio Baldaya.” Quanto ao possível impacto das obras no normal funcionamento do Baldaya, o presidente diz que “não é expectável que exista qualquer tipo de condicionamento”, “até porque não existe acesso automóvel neste local”.
O projecto vencedor do concurso de concepção lançado pelo IHRU foi desenhado pelo gabinete do arquitecto funchalense Paulo David. Prevê a utilização de 26.336 metros quadrados para fins habitacionais e de 6584 metros quadrados para comércio e serviços, mais pisos enterrados para estacionamento e arrecadações. Apesar de não haver ainda data para o arranque das obras, Ricardo Marques vê este futuro empreendimento “com muito bons olhos”. “Estamos muito satisfeitos com este empreendimento e consideramos que é fundamental aumentar o número de respostas do parque habitacional de Benfica, para famílias de classe média e em início de vida”, refere.
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