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Depois da recriação da primeira árvore de Natal do país, a de D. Fernando II, o ex-libris de Sintra apresenta uma série de novidades museográficas que o convidam a viajar no tempo.
O Palácio Nacional da Pena vai entrar em 2020 todo recauchutado. Este ano encerra com novidades ao longo do percurso expositivo do palácio: a Sala de Fumo de D. Fernando II, a Sala de Jantar e Copa e os aposentos do rei D. Carlos I foram restaurados para se apresentarem como outrora.
Retirado deste espaço em 1939, ao fim de oitenta anos está de regresso à Sala de Fumo o mobiliário original adquirido em 1866 por D. Fernando II – o monarca responsável pela edificação do palácio – à empresa lisboeta Barbosa e Costa. Uma oportunidade de ver muito de perto a forma como estava decorada esta sala para onde o rei levava os seus convidados. O conjunto em madeira de carvalho foi restaurado e estofado com um tecido de algodão que reconstitui o original, um têxtil que também foi aplicado nos reposteiros. Uma curiosidade engraçada é que as costas das “cadeiras de fumar” servem de apoio aos cotovelos e não às costas. E os braços incluem pequenas gavetas forradas a zinco que serviam de cinzeiro. Tudo pensado ao pormenor.
Por sua vez, na Sala de Jantar e na Copa optou-se por reconstituir a vivência palaciana, mas do reinado de D. Carlos I e de D. Amélia, que habitou o palácio entre 1890 e 1910. Na mesa de jantar os elementos foram dispostos como no reinado em questão: o centro, os três cestos em porcelana da China enfeitados com flores, o serviço de porcelana personalizado com a coroa real e encomendado em Limoges (Haviland), os copos em cristal Baccarat e até um menu com a informação da sucessão de pratos. Aliás, o menu que está em exposição é uma reprodução da ceia servida a 20 de Julho de 1900.
Por fim, os trabalhos nos aposentos de D. Carlos I estão também finalizados com intervenções no Gabinete, no Quarto de Cama e na Casa de Banho que compreenderam os revestimentos de parede, tectos e pavimentos e também todas peças de arte e de mobiliário da época.
Por exemplo, no Gabinete as peças foram dispostas de acordo com informações recolhidas em fotografias deste período da monarquia, enquanto no quarto encontra peças que pertenciam às colecções que D. Carlos I tinha no Palácio das Necessidades, em Lisboa. Aqui foram ainda colocadas duas telas e um pastel da autoria do rei, também com veia artística tal como D. Fernando II, seu avô.
Palácio Nacional da Pena. Estrada da Pena (Sintra). Seg-Dom 10.00-18.00. Bilhete normal: 7,5€
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