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Panzerotti, cocktails e rock ‘n’ roll. Bem-vindos ao Soul Sister

Giuseppe Sangirardi e Walter Brunetti apaixonaram-se por Lisboa em 2017, quando tocaram no Sabotage. Passados sete anos, abriram finalmente um bar em Santos.

Luís Filipe Rodrigues
Editor
Soul Sister
© Francisco Romão PereiraSoul Sister
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Durante os sete anos que esteve aberto, entre 2013 e 2020, o Sabotage foi palco para cerca de dois mil concertos. Só que a sala do Cais do Sodré não resistiu à pandemia e à turistificação de Lisboa e foi forçada a fechar as portas, contra a vontade dos donos, que ainda tentaram procurar por uma nova casa. Sem sucesso. No entanto, o clube deixou saudades e, agora, descendência na forma do Soul Sister, inaugurado a 31 Maio, em Santos, por dois italianos que se apaixonaram por Lisboa quando tocaram no Sabotage.

Quando aterraram em Lisboa, em Abril de 2017, Giuseppe Sangirardi e Walter Brunetti não imaginavam que se iam perder de amores pela cidade. Muito menos que passados sete anos iam estar cá a viver e a fazer pela vida. Vinham só dar mais um concerto com Tav Falco, músico de Memphis, Tennessee, que uns anos antes os tinha convidado para tocar com os seus Panther Burns, grupo em constante devir onde, desde o longínquo ano de 1979, militaram dezenas de outros artistas, incluindo heróis independentes como Alex Chilton, dos Big Star, Mike Watt, dos Minutemen, ou Jack Yarber, dos Oblivians.

“Há dez anos, ele estava a gravar um álbum em Roma, com outros músicos. Mas quando estavam no estúdio brigaram, e a banda foi-se embora. Nós juntámo-nos a ele e desde aí estamos a tocar juntos”, conta Giuseppe, o baixista. Walter, o seu sócio no Soul Sister, é o baterista; são e eram ambos a secção rítmica quando, há pouco mais de sete anos, os Tav Falco’s Panther Burns foram os convidados de honra do quarto aniversário do Sabotage. “Amámos a onda da cidade e a cena rock ‘n’ roll local. E decidimos logo fazer de tudo para abrir um bar aqui.” Coisa que só não se materializou mais cedo por causa da pandemia.

Soul Sister
© Francisco Romão PereiraSoul Sister

Mas lá aconteceu. No primeiro mês de portas abertas, passaram pela cabine vários DJs (homens e mulheres do rock, sempre); a cantora e compositora Rosita Kèss – mais uma italiana radicada em Portugal – deu o primeiro concerto lá; e a banda americana The Shivas subiu ao pequeno e improvisado palco depois de outra data em Lisboa ter caído por terra. Tudo com entrada livre e guitarras a estrebuchar, felizes. “O rock ‘n’ roll e os seus derivados nunca vão faltar aqui”, garante Giuseppe. “Na maior parte das noites, vamos ter DJs a passar a música de que gostamos. E quando se justificar, haverá concertos”, promete.

Outras notas

A música é acompanhada por uma carta de cocktails clássicos – incluindo negronis e pisco sours, bem como Moscow mules – e uma boa selecção de bebidas brancas, além de cervejas da Musa e vinhos nacionais. Os ingredientes com que fazem os petiscos que saem da cozinha também são “inteiramente portugueses”, segundo o proprietário. “Fazemos as focaccie e bruschette com pão da Bike Bakery, uma pequena padaria entre Santos e o Cais do Sodré”, exemplifica. “Também temos panzerotti, uma espécie de pequenos calzoni fritos, típicos do sul de Itália”, explica. Há ainda bacalhau frito “à romana” e tábuas de enchidos. 

Por agora, a ementa, que inclui ainda um docinho, está escrita num quadro de ardósia, à entrada do bar. “Estamos a perceber o que funciona e daquilo que as pessoas mais gostam. Se bem que não queremos desviar-nos muito disto”, adianta Giuseppe. E aumentar a lista está fora de questão. “Não somos um restaurante, somos um bar. Foi o que quisemos abrir e é nisso que vamos concentrar-nos”. A comida é só um bónus.

Rua da Esperança, 54 (Santos). Ter-Dom 18.00-02.00. Entrada livre

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