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Pelo Príncipe Real à procura da Papua Market o melhor é levar para já uns quantos pontos de referência: em frente à loja da Kiehl’s ou na porta ao lado do mural ingénuo da árvore com gatinhos e passarinhos – onde é bem provável que algum turista esteja a tirar fotos. Para que estamos com coisas? É o 45 da Rua da Escola Politécnica: empurre a porta de vidro com confiança, mesmo não encontrando letreiro na montra. Esta concept store, que pediu emprestado o nome à marca de biquínis e fatos de banho, está em construção.
Marta Santos e Nuno Leitão são os fundadores da Papua, e agora têm no Papua Market um novo passo. Querem juntar mais marcas no espaço. A falta de um letreiro e de alguns elementos decorativos indiciam um work in progress que também está na definição do conceito. Uma coisa é certa: as marcas que vierem a seguir serão, como as que aqui já estão, portuguesas (a excepção são os óculos e relógios da Komono). “Queremos valorizar o produto português e criar sinergias”, diz Marta enquanto faz festas ao Choco, o animal que nos recebe sempre que a dona está na loja – não estamos a falar de um molusco, mas de um cão pequeno, de pêlo comprido e preto que fica tanto na memória quanto as marcas.
Ao fundo estão os fatos de banho da Papua, ladeados das almofadas de praia - travesseiros impermeáveis com os padrões dos biquínis. Mais à frente uma marca de jóias do Porto, a Prata Concept, as roupas da Size, também do Porto, os bodys da Embody, marca com menos de um mês e que entrou o ano cheia de brilhos, as t-shirts pintadas à mão do brasileiro JA ou os óculos de sol da Joplins, de bambu e muito leves.
Esta selecção deixa perceber que o foco não é apenas a praia e o sol – também lá estão as sardinhas lisboetas da Bordallo Pinheiro e a Inspirações Portuguesas, que põe o padrão dos azulejos lusos onde bem lhe apetece – mas o surf é um parente rico da Papua Market. Melhor dizendo: o soul surf, a vertente menos desportiva e que quer sentir mais a onda, o aqui e o agora e que está nas ilustrações de Lizzy, a rapariga de Peniche que desenha outras raparigas em cima de pranchas, ou nas Wavegliders, as pranchas com um look mais vintage e cores que parecem fazer parte da decoração (alguns clientes ponderam mesmo levá-las para decorar a casa, conta Marta).
O início da loja veio com o fim do Entretanto como ponto de venda para a Papua, mas tudo tomou uma nova dimensão quando encontraram este antigo restaurante e antiga casa de velharias. Era muito espaço, explica Marta, ideal para ir tendo aqui uns artistas a expôr. As fotografias de Pedro Duarte Jorge foram as primeiras com direito a estar num espaço mais interior, por agora galeria. O tempo dirá o que vai ser deste espaço a seguir, até porque esta é uma oportunidade para a marca crescer e já se pensa em t-shirts e outros modelitos com o nome Papua.