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Há largos meses que a Walt Disney apresenta o enredo de Paradise de uma forma um pouco vaga. Sabíamos que o pano de fundo é um bairro pacato onde residem pessoas de sobeja importância, como o Presidente dos Estados Unidos e reputados cientistas, e que a tranquilidade seria abalada por um “chocante homicídio” e sucessiva “investigação mediática”. Estaríamos, portanto, em mãos com mais um thriller político-policial feito com boas condições de financiamento e, portanto, que poderia merecer alguma atenção. Mas nem tudo é o que parece e Paradise surpreende logo ao primeiro episódio.
A estreia dos três primeiros episódios estava marcada para esta terça-feira, altura em que a imprensa se poderia desbroncar com o que realmente se passa aqui (havia aqui embargos à mistura). Mas, surpresa, o primeiro episódio ficou disponível segunda-feira. Os embargos mantiveram-se, mas agora estamos a postos. Todavia, não queremos estragar a diversão para quem gosta efectivamente de ser surpreendido com o plot twist do ano (já temos 27 dias de 2025), revelado logo neste primeiro episódio, por isso fica já aqui o aviso: não vamos guardar mais este segredo. Prontos? Vamos a isso.
O tema "Another Day in Paradise", lançado em 1989 por Phil Collins, fala de um homem que ignora uma mulher em situação de sem-abrigo. Habitam o mesmo espaço, mas apenas um caminha sem grandes preocupações, sublinhando a mensagem de como podemos entorpecer a mente em relação à miséria que nos rodeia para continuarmos a seguir em frente. A canção marca o primeiro episódio de Paradise, uma série em que a ilusão do bem-estar é precária e que nos conduz ao longo do primeiro episódio de olhos vendados.
Mas quando achamos que estamos a acompanhar um thriller policial em torno do mistério da morte do Presidente dos Estados Unidos da América, de seu nome Cal Bradford (James Marsden), nos últimos minutos percebemos que esta é, na verdade, uma história pós-apocalíptica, ambientada na sequência de um evento de destruição em massa em todo o planeta. Entre alterações climáticas e conflitos bélicos, o mundo como o conhecemos desaparece, mas as elites norte-americanas já tinham um plano em marcha: uma cidade subterrânea no interior das montanhas do Colorado, capaz de acolher 25 mil habitantes.
A líder do projecto é Samantha Redmond (Julianne Nicholson), uma mulher próxima do presidente que coordena a nova comunidade e que é o verdadeiro poder na sombra. A seu lado tem a Gabriela Torabi (Sarah Shahi), uma terapeuta especialista em luto que se tornou a “arquitecta do bem-estar social” desta moderna cidade das cavernas. Após o assassinato do Presidente, é o agente principal Xavier Collins (Sterling K. Brown), um homem com uma robusta espinha dorsal, que começa a tentar deslindar o mistério, para se ver mergulhado num mundo de ilusões e enganos. Ao longo dos oito episódios, a linha temporal anda para a frente e para trás, revelando aos poucos a história de cada um dos personagens e de como todos foram ali parar.
A título de curiosidade, além de "Another Day in Paradise", há mais temas da década de 1980 que vão acompanhando cada capítulo da trama. É o caso de "We Built This City", dos Starship; "I Think We're Alone Now", popularizada por Tiffany; "Every Rose Has Its Thorn", dos Poison; ou "Here I Go Again", dos Whitesnake. Paradise é uma criação de Dan Fogelman, responsável por séries como This Is Us (também protagonizada por Sterling K. Brown) e um dos argumentistas de Homicídios ao Domicílio. Os três primeiros episódios já estão disponíveis no Disney+ e a cada semana estreia um novo episódio.
Disney+. Estreou a 27 de Janeiro
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