Notícias

Passados cinco anos, o músico e produtor Co$tanza regressa à sua ‘Linha Verde’

O lisboeta volta a convidar-nos para embarcamos com ele numa viagem 8-bit de Telheiras até Cais do Sodré, este sábado, 21 de Dezembro, na Galeria Zé dos Bois.

Luís Filipe Rodrigues
Editor
Co$tanza
DRCo$tanza
Publicidade

A banda sonora de um videojogo que não existe, em que cada estação baptiza cada faixa” da Linha Verde do Metro de Lisboa. Foi com este objectivo em mente que o produtor e músico Co$tanza começou a trabalhar no álbum de estreia, há perto de seis anos. Alguns meses depois, a 29 de de Setembro de 2019, estava cá fora a sua interpretação do trajecto subterrâneo. Este sábado, 21 de Dezembro, vai recriar o disco na Zé dos Bois, acompanhado pela sua Post MODEM Orchestra.

Tive a ideia de fazer uma celebração dos cinco anos da Linha Verde no início deste Verão. De fazer uma edição em vinil super limitada e um concerto”, começa a contar Miguel Costa, às 22.00 de uma destas noites, no Sporting Clube da Penha, depois de um ensaio do grupo que o vai acompanhar ao vivo“Mas demorei muito tempo a fazer as coisas, por causa do trabalho e tudo o resto. Já era Setembro ou Outubro quando combinei com o Marcos [Silva, programador da ZDB] e o concerto só vai ser agora.”

Por volta da altura em que estava a ter estas conversas e a formular os planos, decidiu ir ao baú buscar uma canção feita na mesma altura e partilhá-la. Chamou-lhe “Arroios”. Partilha o nome com a sétima faixa do álbum original, que dura apenas 24 segundos e é pouco mais do que uma música de elevador na qual somos avisados de que “este comboio não pára em Arroios”. Na altura, a estação estava fechada para obras, pelo que não havia muito mais a dizer sobre ela. O plano original era lançar a nova canção quando a paragem abrisse, porém, nessa altura, “amuado com o disco”.

Este “amuo” é fácil de explicar. “O disco teve aquele hype inicial, tocámos no Lounge, nas Damas, nos Anjos 70. Tinha muitas datas marcadas fora de Lisboa. Só que depois começou a covid e foi tudo cancelado. Ainda o voltei a tocar em Setembro de 2020, nas Noites de Verão da Filho Único”, conta. Mas já estava um bocado farto. Porquê? “Aquilo era o meu trabalho final da ETIC, em última análise. E queria fazer mais beats de rap e de música electrónica.” Ouvimos esses beats na Co$Tape de 2022, já com uma sonoridade bem diferente. Termina com “F*Ck Linha Verde”.  

Havia gente que falava comigo deste disco e nunca o tinha ouvido

Mas o tempo, como sempre, curou todas as feridas. Havia gente que falava comigo deste disco e que nunca o tinha ouvido ao vivo, de uma geração até mais nova do que o pessoal que apanhou os concertos de 2019. Até porque não toquei assim tantas vezes”, admite. “E lá me me decidi a fazer uma celebração disto, para voltar a pegar nas canções. Foi uma decisão um bocado impulsiva, na verdade. E agora tenho que lidar com as minhas consequências das minhas decisões”, graceja.

“Nós estávamos a fazer concertos só com teclados MIDI, era mesmo música de videojogo. Agora, a única parte de computador, salvo seja, são mesmo as teclas. Há uma flauta transversal, duas guitarras eléctricas, bateria, violino e um baixo, que vou tocar eu. E vou estar de costas para o público, como numa orquestra, a comandar a cena”, detalha. “Às vezes puxa um bocado Jethro Tull.” Desatamos a rir.

As canções estão a ser “reimaginadas” para o novo formato, mas mantêm o espírito e a intenção originais. “É a minha perspectiva de cada estação, e não só a estação em si, o que cada zona me trazia na altura em que fazia a linha todos os dias, quando estava a viver em Telheiras e a estudar no Cais do Sodré.” O tema de abertura, “‘Telheiras’, era casa, por isso quis dar-lhe uma vibe de menu inicial”, exemplifica. “O Cais do Sodré, no final, é caótico. Malta a correr para apanhar o comboio e isso tudo. Tem também aquela onda de boss final. Depois há casos específicos, tipo Roma e Areeiro’. São zonas de betos, por isso as músicas são bué bonitinhas.”

O concerto deste sábado, 21, vai ser uma celebração do (e uma visita ao) passado. Mesmo que Co$tanza e a sua Post MODEM Orchestra já não tenham som de jogo de vídeo. Para isso, estará lá o saxofonista, compositor e improvisador de música electrónica e free jazz, Pedro Alves Sousa, sob o nom de plume DJ Casiocore. “Ele, a par do Simão Simões, é uma das pessoas que eu conheço mais nerds de videojogos e principalmente das soundtracks.” E é uma selecção de faixas dessas bandas sonoras que vai estar a passar, depois dos concertos de Co$tanza e de norma.

Zé dos Bois. 21 Dez (Sáb). 22.00. 10€

🎄Natal para todos – leia grátis a nova edição da Time Out Portugal

🏃 O último é um ovo podre: cruze a meta no Facebook, no Instagram e no Whatsapp

Últimas notícias

    Publicidade