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Comédias com Bucha e Estica ou Buster Keaton, coboiadas com Tom Mix e Buck Jones, fitas de terror com Lon Chaney e monstros sortidos, melodramas de Hollywood, franceses e espanhóis, mas também concertos e variedades de todo o tipo. Era tudo isto que encontravam os frequentadores do castiço Salão Portugal, na Ajuda (também chamado “o Portugal da Ajuda”), inaugurado em 1928 e que, tal como vários cinemas da capital na altura, não foi concebido apenas para passar filmes, mas também para apresentar espectáculos de vários géneros, visando atrair outro público que não o mais cinéfilo.
O seu dono, José Nicolau Veríssimo, não primava propriamente pela modéstia, como se pode constatar num dos folhetos de promoção da sala: “O Salão Portugal é no extremo ocidente de Lisboa, o cinema que melhores programas constitui, porque o seu proprietário, o Sr. Nicolau Veríssimo, não se poupa a sacrifícios para bem servir todos os frequentadores da sua casa, que por vezes não sabem avaliar os encargos de empresas como esta”. Ao longo das décadas seguintes, o Salão Portugal mudaria de mãos por várias vezes, tendo sofrido obras de remodelação nos anos 30, para aumentar a lotação e dedicar-se só ao cinema. Era muito popular no bairro e arredores, mas como muitas outras salas de bairro alfacinhas, foi entrando pouco a pouco em decadência. Exibiu as suas últimas sessões em 1977.
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