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A informação já circulava em surdina em alguns meios e neste domingo Pedro Pena Bastos confirmou na sua página de Instagram: depois de cinco anos à frente do Cura, restaurante que abriu no Ritz e onde conquistou a estrela Michelin, que mantinha até agora, está de saída. “Chegou o momento de encerrar este capítulo tão especial da minha carreira”, escreve o chef, antecipando uma “série de novos projectos a concretizar em 2025”. “Um deles no coração da nossa Lisboa que irá abrir portas até ao início do Verão.”
“A conquista de uma estrela Michelin em pouco mais de um ano foi um marco inesquecível, fruto do trabalho de uma equipa extraordinária, que sempre acreditou em mim e no projecto, a quem agradeço por cada desafio superado e cada conquista celebrada”, acrescenta Pena Bastos, que anuncia a saída do Cura no mês em que acontece a gala do Guia Michelin Portugal, marcada para dia 25.
Nos últimos dias, o chef, conhecido do grande público como jurado no Masterchef, actualmente a passar na RTP1, já não esteve no restaurante. Sobre a sua sucessão, não há ainda novidades, estando o serviço do restaurante a ser assegurado pelo sous chef Rodolfo Lavrador. Até agora, não há uma reacção por parte do hotel de cinco estrelas.
Já Pedro Pena Bastos, na mesma publicação, não se coíbe de partilhar um pouco mais do que o espera: “Será um espaço mais acessível e próximo de todos, com uma identidade portuguesa bem presente, e onde as minhas memórias e sabores estarão sempre à mesa. Um restaurante onde a tradição e a inovação caminham lado a lado, trazendo o melhor de Portugal e das minhas vivências”.
Em Novembro, numa entrevista ao Público, aquando da celebração dos cinco anos do Cura, o chef já deixava algumas pistas. “Quero cozinhar para pessoas que não vão pagar 300 euros por refeição. Quero fazer a melhor pizza de Lisboa sem que seja mais cara que as outras”, afirmava. “É uma paixão de infância, poder servir umas petingas com arroz de tomate, um prato típico português, por 15 euros, ter um conceito super casual.”
Antes disso, em Outubro, e em entrevista ao Observador, contava que “gostava de ter um monoconceito ou algo mais de comida de casa, mais de mesa diária, sem regras, em que possa servir pratos pequenos de partilha, com muita grelha, mas também ao mesmo tempo possa servir uma pizzeta”. “Adoro esses conceitos mais de petiscaria, mas não só portuguesa, italiana também. Acho que nós fomos muito influenciados ainda pelo factor espanhol, basco, e acho que conseguimos ir a um lado genuíno que ainda é pouco explorado em Portugal. Bom, não posso dizer mais, se não ainda me copiam o conceito [ri-se] mas há várias coisas que gostava de fazer, sem dúvida”, dizia também. “Gostava de ter um conceito só de finger food, também gostava de ter uma padaria, com pastelaria diária.”
Quando questionado sobre o facto de estar a falar de outros projectos, enquanto chef do Cura, Pena Bastos esclarecia que nunca havia feito restaurantes paralelos. “Quem sabe, em breve irei ter essa oportunidade, mas as coisas não têm que ser rápidas, têm que libertar consistência, gerar receita, criarem oportunidades de emprego para as pessoas, e isso tudo alimenta o conceito, alimenta uma família, alimenta o nome de um chef, de uma empresa. É nisso que acredito.”
Foi na Herdade do Esporão que Pena Bastos começou a dar nas vistas, sendo desde logo apontado às estrelas. Seguiu-se a chefia do Ceia, em Lisboa, onde também não passava despercebido, mas acabaria por ser o Cura, aberto à sua medida, o seu grande palco. No Ritz, o restaurante abriu no Outono de 2020. A estrela chegaria no ano seguinte.
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