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Planeta Manas vai fechar. Última festa é já a 26 de Abril

O aumento das rendas e as sucessivas fiscalizações policiais são as causas apontadas para o fim do espaço no Prior Velho.

Hugo Geada
Escrito por
Hugo Geada
Jornalista
Planeta Manas
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“Parece impossível”, mas o Planeta Manas vai encerrar actividade no final de Abril. Esta é uma das expressões utilizadas pela associação cultural independente – que desde 2021 ocupa um armazém no Prior Velho e que soma oito anos de história enquanto colectivo –, num comunicado divulgado através das redes sociais. 

Os responsáveis pelo espaço explicaram que o encerramento surge face a diversos “desafios e adversidades”. “Rendas altas, uma Lisboa gentrificada e saturada pelos detentores de meios e capital, públicos fragmentados por propostas comerciais, as consequências da mercantilização da cultura e, por, a repressão e violência policial”, pode ler-se no texto. 

“Não nos arrependemos [dos últimos quatro anos]. Mas chegámos a um ponto em que manter a existência física desta encarnação do Planeta Manas estava a ter um custo humano, emocional e físico que não permitiram manter o espaço aberto respeitando os nossos valores e ideais”, continua. 

Apesar desta amarga notícia para os fãs deste espaço, os responsáveis pelo Planeta Manas prometem que isto não é o fim. “Se o tempo, o lugar, e as condições certas chegarem, estaremos prontas para arregaçar as mangas e construir um novo sítio onde um dia poderemos reimaginar o clubbing, raves e festivais sob uma nova lente”, escrevem. 

Este apelo é seguido por um pedido para que todos enviem sugestões de um local que possa acolher este projecto. “Do que precisamos? De um espaço onde caiba a nossa comunidade, idealmente em piso térreo, no concelho de Lisboa, com uma renda que não faça corar agentes imobiliários londrinos”, acrescentando também que existe um crowdfunding para ajudar a suportar as despesas. 

A despedida será assinalada com a realização do Festival Cometa, que acontece já esta sexta-feira e sábado, dias 25 e 26 de Abril. O festival propõe uma programação com actuações de nomes como BLEID, Nkisi, Violet, Serpente + Menino da Mãe, Adriana João, entre outros. 

O encerramento do Planeta Manas insere-se num cenário mais amplo de dificuldades para espaços culturais alternativos em Lisboa. A associação tem sido alvo de “sucessivas fiscalizações” e rusgas policiais, muitas delas consideradas ilegais por quem frequenta o espaço, levando ao cancelamento de festas e outros eventos programados. 

Além de ser um espaço com preocupações de liberdade e segurança para a comunidade LGBTQ+, o Planeta Manas é um centro cultural que abriga, entre outras coisas, workshops e um estúdio de rádio. O colectivo é responsável por festas como a Mina, a rave queer e feminista de Lisboa, a CURVS, a Angel, a DESCE, a ins3kt Ræve, o infinity rug, entre outros projectos. 

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