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Foi no coração do bairro de Alvalade que o antigo espaço da Wave Factory, uma piscina de ondas artificiais, deu lugar à nova casa da Poolside, uma empresa do ecossistema da Web3. A reconversão do espaço foi uma parceria com a Polkastarter, plataforma da blockchain, e a Startup Lisboa e foi projectada por Pedro Gramaxo do Ode Estúdio.
A reconstrução do espaço, com uma área de 1.500 metros quadrados, passou por transformar a piscina de ondas numa sala multiusos para eventos, por recuperar o restaurante virado para a rua, que agora é o Cobaia, construir os dois terraços e as cinco salas de co-work, direccionadas para empresas de Web3. O hub já conta com cerca de dez empresas de Web3 e a Poolside pretende continuar a integrar novos projectos da comunidade no seu novo espaço. Ainda estão disponíveis duas salas.
O hub foi criado com o objectivo de juntar a comunidade Web3 em Lisboa num espaço físico e criar um ecossistema onde as pessoas possam trabalhar juntas. Web3 é uma ideia para uma nova iteração da World Wide Web que incorpora conceitos tais como descentralização, tecnologias de blockchain, e economia baseada em tokens. “Na verdade, vivemos num mundo digital e temos trabalhado de forma digital, mas achamos que as interacções humanas também trazem muito valor aos negócios e criam sinergias que se calhar não se criam tão facilmente no meio virtual”, conta Catarina Cabral, directora do Poolside Hub, à Time Out.
Neste momento, o Poolside Hub oferece a empresas de Web3 a possibilidade de assistirem a eventos, organizarem talks, hackathons (encontros de programadores e aficionados) e pitch days onde as empresas podem falar sobre as suas startups. Contudo, vai existir também um foco na comunidade local e na cultura. "Também queremos que isto seja um espaço muito virado para a comunidade local aqui do bairro e queremos criar aqui eventos culturais”, refere ainda Catarina.
Em termos de iniciativas culturais, o hub estabeleceu uma parceria com a Punch, uma revista de música online, para ter concertos mensais abertos ao público, tal como a colaboração que deu asas à galeria de NFTs, com a Artpool, encarregue da curadoria da galeria. Também o restaurante está aberto ao público para almoços e jantares e conta ainda com um terraço. “A visão que nós temos é ter um espaço em que esteja sempre algo a acontecer, quer seja para comunidade do Web3, quer seja para a comunidade local”, afirma Catarina.
A sala multiusos encontra-se disponível para aluguer e o valor inclui todos os equipamentos audiovisuais. A sala é completamente insonorizada e está preparada para albergar diferentes tipos de eventos. No co-work, as salas individuais estão disponíveis para aluguer anual e são direccionadas a empresas de Web3.
No entanto, a sala Startup Lisboa, com a qual o espaço tem uma parceria, é de uso gratuito mediante a aprovação da Poolside. Pode receber entre uma e duas pessoas de cada vez. “Queremos ter aqui bons projectos que contribuam de forma positiva e queremos ter aqui um bocadinho de tudo, ou seja, diversidade nos projectos que aceitamos.”
“O que nos distingue dos outros co-works é o que nós oferecemos aqui, a possibilidade de estar a trabalhar e se quiser ir ver um concerto às sete da tarde depois do trabalho, desço as escadas e estou aqui, ou se quiser jantar com uns amigos, vêm cá ter comigo e estou aqui. Ou seja, fornecemos a comodidade de nunca terem de sair daqui durante o dia (...) Estamos muito focados em criar uma comunidade a volta do Web3, isso também é um factor distintivo, não existia um espaço com esta dimensão e estrutura para isso."
No Cobaia, a carta aposta na gastronomia mediterrânica e pratos de partilha. “Tentámos trazer o conceito de restaurante divertido com um toque experimental, algo que não existe muito aqui na zona”, aponta João Gama, o proprietário, também dono do Trópico do Cais, no Cais do Sodré. A comida está a cargo do chef Jorge Redondo, ele próprio sócio do restaurante.
Rua Acácio de Paiva, 19-21 (Alvalade). Seg-Ter 09.00-19.00 e Qua-Sex 09.00-23.30
Texto editado por Mauro Gonçalves.