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Os dramas da família Bourbon de Linhaça, as músicas da banda Jesus Quisto e até os interlúdios musicais de Toy — está tudo de regresso ao pequeno ecrã na segunda temporada de Pôr do Sol que se estreia dia 8 de Agosto, na RTP 1. Depois de se ter tornado na série mais vista da RTP Play e de ter chegado ao catálogo da Netflix, a segunda parte desta produção da Coyote Vadio ganha 20 episódios que vão ser exibidos de segunda a sexta-feira, às 21.00. Antes disso, logo às 12.00, um novo episódio chega à RTP Play.
“Estamos muito entusiasmados com isto, acho que a história vai avançar para sítios inacreditáveis”, começa por dizer Manuel Pureza, realizador e co-criador de ambas as temporadas de Pôr do Sol. Sem querer levantar o véu sobre o futuro do romance aparentemente proibido de Lourenço (Diogo Amaral) e Matilde Bourbon de Linhaça (Gabriela Barros) — agora casados e com um filho — ou sobre a vida na prisão da gémea maléfica de Matilde, o realizador partilha que a equipa se divertiu muito a fazer esta nova temporada, “sempre com a responsabilidade de fazer um bom segundo álbum”. “O primeiro foi bom, queremos que o segundo seja melhor.”
A primeira temporada desta sátira às telenovelas, polvilhada com momentos nonsense, transformou-se em memes, deu origem a uma colecção de t-shirts e conquistou um lugar nas tendências da Netflix Portugal, onde está disponível desde Junho. “Foi muito bom percebermos que as pessoas têm sentido de humor, mesmo este que exige alguma subtileza”, revela Sofia Sá da Bandeira, a actriz que interpreta Madalena Bourbon de Linhaça e que protagonizou alguns dos momentos mais virais do ano passado — é ela que só quer ser feliz como o Dalai Lama ou o João Baião. Sobre o futuro da personagem, Sofia só diz que “vai continuar o seu caminho autocentrado, talvez ainda mais louca”. No final da primeira temporada de Pôr do Sol, Madalena tinha sido internada depois dos vários esgotamentos que sofreu por esconder segredos do passado. Agora, só podemos revelar que a sua recuperação teve a ajuda de “coreografias do Baby Shark” e “saladas de antidepressivos”.
Nesta segunda temporada, Lourenço e Matilde enfrentam os problemas da parentalidade — será que a carreira a solo de Lourenço vai pôr em causa a história de amor entre ambos? —, Filipa Martins, a gémea má de Matilde, cumpre a pena de prisão sem perder a sede de vingança, António Paulino (Manuel Cavaco), caseiro e (afinal) pai adoptivo de Lourenço, volta da prisão com planos fora dos portões da Herdade do Pôr-do-Sol, e Simão Bourbon de Linhaça, o vilão que sobreviveu às dezenas de tiros de António, embarca numa viagem espiritual até Espanha para se tornar num homem novo, sem maldade nem copos de whiskey estilhaçados.
Por Alfama, os recém-casados To Mané (António Melo) e Ivone (Carla Andrino) acabam de abrir um novo espaço — o Euromilhões deu uma ajuda, mas graças à teimosia do To Mané, palavra da Ivone, ficaram estrelas por acertar. Já os Jesus Quisto, a antiga banda de Lourenço que agora conta com um novo vocalista, João (Igor Regalla), continuam a lançar novos hits que se juntam a “Beavers in Loves” ou “Holocausto Vegan”. “Vai acontecer uma coisa muito importante no segundo episódio que vai ser decisiva para a minha personagem e para o futuro da banda”, revela Igor Regalla. O actor que se juntou a meio da primeira temporada está de regresso e confessa nunca ter feito “nada onde [se] risse tanto e onde algumas cenas fossem tão difíceis de gravar por essas razões”.
Depois de Manuel Pureza ter assumido que “metade dos actores portugueses” lhe rogou pragas por não ter participado na primeira temporada, esta segunda parte da série chega com novas caras no elenco como Pêpê Rapazote, Dalila Carmo ou José Mata — também não faltam participações especiais, a começar pela apresentadora (e ex-jornalista da Time Out Lisboa) Inês Lopes Gonçalves. “Havia caras com as quais queríamos mesmo contar, outras foram acidentais e ainda bem que apareceram”, explica o co-criador. O objectivo era continuar a trazer para o Pôr do Sol nomes icónicos das telenovelas e “mostrar estas pessoas a brincarem com elas próprias”.
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Pôr do Sol chegou à RTP1 e à RTP Play em Agosto do ano passado numa produção que juntou a produtora Coyote Vadio, composta por Manuel Pureza e Andreia Esteves, com Henrique Dias e Rui Melo. A série tornou-se a mais vista de sempre na plataforma de streaming do canal público e, em Junho deste ano, juntou-se a Até Que a Vida Nos Separe, produção também da Coyote Vadio, no catálogo da Netflix, onde já faz parte das tendências.
“Quando estrear esta segunda temporada abre-se uma porta possível [na Netflix], mas não certa. Gostávamos muito que acontecesse, seja na Netflix ou noutro sítio que nos permita chegar a mais gente”, partilha Manuel. Em relação ao futuro da produtora, confessa estar “numa fase muito boa”, mas tem noção de que isso passa. “Portanto, até lá estamos a curtir a onda e queremos ficar nela, sempre numa lógica de competir com os nossos próprios projectos e não com os dos outros”.
RTP1. 8 de Agosto. 21.00 (estreia T2)
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