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No Cais de Lisboa, no topo de um edifício de coworking, Joana Trindade e Pedro Neto Rebelo abraçaram a vista e decidiram abrir um restaurante italiano. Não o típico restaurante italiano, a ideia nunca foi essa. No Tutto Passa, almoça-se e janta-se, mas também se bebe um copo no rooftop e fica para a festa. Aliás, quem preferir pode até trocar a mesa pelos pufes e comer no bar. E, em breve, haverá uma pequena mercearia para abastecer a despensa. Já a especialidade da casa, essa, mantém-se bem tradicional. Há pasta, risotto, gnochi, pizza e tiramisu, feitos com ingredientes que vêm directamente de Itália.
Juntamente com os sócios, Joana Trindade soma alguns restaurantes na cidade: a Taqueria do Chiado e a das Avenidas Novas, o asiático Kin, no Topo do Martim Moniz, um quiosque na Praça da Londres, e mais recentemente, o Tutto Passa e o Tráfico. Na verdade, foi quando estava para abrir o Tráfico, restaurante de cozinha mediterrânea a funcionar desde Outubro na Doca de Santo Amaro, que surgiu o italiano. “Nós ficámos com o espaço das docas primeiro e, enquanto a obra estava a acontecer, em conversa com um amigo de um amigo, surgiu a oportunidade de ver este espaço, que era do antigo Okah. Viemos cá ver e achámos que o espaço tinha um potencial enorme e que era um dos rooftops com melhor vista da cidade”, conta Joana Trindade. O restaurante abriu no Verão.
O nome Tutto Passa também veio do Tráfico, onde, numa das paredes, há um néon com a expressão italiana. E assim, tornou-se óbvio que a carta teria de ser composta por massas, risottos, e pizzas. Na cozinha está Manuel Soromenho Águas, que é chef executivo tanto do Tutto Passa, como dos outros restaurantes desta sociedade, e que trabalha com Joana há cinco anos. Nunca passou por nenhuma escola de cozinha, aprendeu tudo sozinho. Em Inglaterra, começou por servir à mesa num hotel, passou para a copa, e depois começou a tomar conta das receitas. Quando voltou a Portugal, trabalhou com José Avillez e esteve num resort no Algarve. Foi nessa altura que os caminhos de Manuel e Joana se cruzaram.
“Com uma vista destas, com um espaço destes, a comida não podia ficar muito atrás. Então trouxemos o forno de Itália, e fomos cuidadosos na escolha da farinha e dos ingredientes, que também vêm de Itália, semanalmente. A ideia é o espaço acompanhar a comida, que acompanha o serviço, a vista, e as festas. Tudo tem de ser bom, porque senão somos mais um e nós não queremos ser mais um”, afirma Manuel.
Nas entradas, destacam-se o coperto (2,50€), grissini e focaccia, com manteiga de sálvia e molho de tomate; e a frittura mista (16,50€), patinhas de lula, tiras de choco e camarão, com feijão verde, curgete e limão.
Nas massas, as mais pedidas andam entre o spaghetti alla carbonara (14,50€), confeccionado com guanciale, gema de ovo e pecorino romano, e o rigatoni al pesto (15,50€), com pesto, burrata fior di latte, e pinhões torrados. Nos principais há ainda o risotto al gambere (28,90€), arroz carnaroli, carabineiro em manteiga de sálvia, e bisque do mesmo, e os pratos de gnocchi, ora de gorgonzola e pinhão torrado (12,50€), ora de ragú e tinta de choco (15,50€). As pizzas são as clássicas, como a margherita (14,50€) e a diavola (16,50€), com mozzarella e salame ventricina picante. Mas há ainda a tutto passa (18,50€), dividida em quatro partes – diavola, prosciutto e funghi, ortolana (curgete, cogumelos, rúcula e pesto) e tartufo (gorgonzola e trufa).
Para terminar, além do clássico tiramisu (4,90€), as sobremesas incluem panacotta de pistáchio e frutos do bosque (6,50€) e biscotto affogato (4,50€), areia, creme mascarpone, nutella e gelado de baunilha regados com café.
O espaço é amplo, está decorado em tons de azul e branco, e as paredes são preenchidas com fotografias, imagens e frases emolduradas, alusivas a Itália. As grandes janelas que percorrem todo o restaurante permitem ter uma vista privilegiada do porto de Lisboa, também ele pintado de azul. A zona do rooftop, com várias mesas e pufes, mantém a estética do espaço interior. “Conseguimos uniformizar estes espaços. Antes, o rooftop e o restaurante funcionavam como dois espaços diferentes e nós não queremos isso. Queremos abrir tudo para que não haja fronteiras. O cliente que vem ao rooftop também pode comer e o que vem ao restaurante também pode usufruir do rooftop. É um espaço único”, explica o chef.
No bar, há champanhe, espumante e cerveja italianos. O vinho vem de Veneza e da Toscana. Nos cocktails, encontra o mojito, o Long Island iced tea, ou o moscow mule de sempre, mas também outros como o limoncello spritz (10€), e o gin basil smash (10€), com manjericão e limão. As noites costumam ser animadas. Às quintas-feiras, há sempre DJ sets, tal como na última sexta-feira de cada mês, em que dois DJs dividem a mesa de mistura, o primeiro das 19.00 à 00.00, o segundo da 00.00 às 04.00.
Em breve, talvez ainda este ano, irá abrir, logo à entrada, uma espécie de mercearia/charcutaria do Tutto Passa. É a zona de uma garrafeira refrigerada, em que produtos como vinho, queijo e enchidos vão estar disponíveis para compra, e até para incluir numa tábua, que depois os clientes podem consumir, à mesa, ou enquanto bebem um copo e esperam por mesa. Depois, o plano é que fiquem para jantar e para a festa.
Cais Rocha Conde de Óbidos 4º andar (Santos). 91 411 0791. Dom-Qua 12.30-01.00, Qui-Sáb 12.30-02.00
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