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Prepare-se para um “buzinão” contra o excesso de turismo em Lisboa

O protesto sonoro acontece a 9 de Outubro. “Queremos uma cidade aberta, limpa, organizada, que receba e acolha, mas que ao mesmo tempo respeite os que nela vivem”, exigem organizadores.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
Tráfego automóvel é o principal factor de ruído
DRTráfego automóvel é o principal factor de ruído
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“Por Lisboa, faz-te ouvir!”, é este o lema do manifesto lançado pelo movimento Porta a Porta, que desafia todos os cidadãos a juntar-se para um protesto sonoro, na próxima quarta-feira, 9 de Outubro. A ideia é demonstrar à autarquia o “desagrado pelo impacto do turismo descontrolado na cidade”, através de apitos, assobios ou buzinas de automóveis e bicicletas, em locais como a Praça do Município, o edifício da Câmara de Lisboa no Campo Grande, o Chiado, São Pedro de Alcântara, Portas do Sol e a Avenida da Liberdade.

“Qualquer cidade deve ser um espaço para viver e visitar. Quando o primeiro dos termos é esquecido em detrimento quase em exclusivo do segundo, os desequilíbrios são muitos e insustentáveis”, lê-se no manifesto, que denuncia desde as medidas insuficientes para contenção do alojamento local à permanente abertura de novos hotéis.

Entre os signatários do manifesto, ainda aberto a novos subscritores, estão personalidades como o encenador e dramaturgo Tiago Rodrigues, o cartunista Nuno Saraiva, o músico Filipe Raposo, a historiadora Raquel Varela, a escritora e investigadora Tatiana Salem Levy, a editora Isabel Minhós Martins e até Mário Tomé, um Capitão de Abril conhecido como Major Tomé.

Recusando que o problema seja a imigração, como se tem apregoado em discursos que são “fruto do crescente populismo, racismo e xenofobia”, a organização esclarece que o objectivo não é tornar Lisboa uma cidade só para lisboetas, mas antes forçar a regulação do turismo, nomeadamente através de “medidas de contenção da carga turística na cidade”. “Queremos uma cidade aberta, limpa, organizada, que receba e acolha, mas que ao mesmo tempo respeite os que nela vivem, nascidos no nosso país ou tendo escolhido Portugal para viver.”

No manifesto, sugerem-se estratégias já aprovadas em cidades como Barcelona ou Amesterdão, como a não-concessão de novas licenças de alojamento local e a não-renovação das que já existem, em parte ou na totalidade. Refere-se ainda a proibição da construção de novos hotéis, bem como a necessidade de definir o número de licenças para TVDE e tuk-tuks.

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