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Primeiro Festival Literário de Lisboa arranca a 5 de Maio

O novo festival literário de Lisboa estreia-se em Maio, em várias salas, livrarias e até ruas da cidade.

Raquel Dias da Silva
Jornalista, Time Out Lisboa
Lisboa 5L
Fotografia: Francisco Levita
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O Lisboa 5L ‒ Festival Internacional de Literatura e Língua Portuguesa, que esteve para se estrear em 2020, está prestes a tomar a capital de assalto, com cinco dias de actividades para toda a família, desde mesas de autor até exposições e concertos. A programação, que procura transformar a cidade no recinto de uma grande festa, arranca a 5 de Maio e prolonga-se até dia 9, em ruas, largos, praças e locais como o Teatro São Luiz, o Capitólio, o Museu da Farmácia e o Cinema Ideal.

Criador de vários projectos literários reconhecidos pelo público português, como o FOLIO e a Ler Devagar, José Pinho é o director artístico desta iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, que partiu de uma proposta do PCP, aprovada em Setembro de 2018. “Fez-se um concurso para a direcção artística, para o qual tive, desde logo, de apresentar uma proposta de programação”, conta. “Era para se ter realizado o ano passado, mas acabou por se suspender o festival, mantendo apenas o previsto para 5 de Maio, a propósito do primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa, proclamado pela UNESCO um ano antes, em 2019.”

Com curadoria e pré-produção de Catarina Magro, Raquel Santos, Rita Marquilhas e Rita Marrone, Lisboa 5L tem início dia 5, às 14.30, no São Luiz. Após uma sessão de apresentação, que inclui a entrega do Prémio Literário UCCLA, o concerto Kri Kre Txeu, falado em crioulo de Cabo-Verde, convida a redescobrir a lírica camoniana traduzida pelo poeta José Luís Tavares. A restante agenda divide-se entre debates e mesas de autor, um ciclo de cinema e concertos para celebrar a relação da música com a língua e a literatura. Há ainda um mapa digital sobre as paisagens literárias de Lisboa, emissões ao vivo no Instagram da Rede de Bibliotecas de Lisboa e duas exposições, em cinco praças lisboetas e na Livraria Snob na Brotéria.

“O mais importante é o envolvimento da cidade na realização do festival, com a participação de livrarias, cafés, hotéis, instituições culturais, fundações e muitos outros agentes, que convidámos a apresentar programação própria”, assegura José Pinho, que se recusa a destacar individualmente “este ou aquele”. Mas não resiste a falar-nos do percurso performativo “Bem Essencial: Pão, Água e Livros”, perfeito para saciar a fome e sede de mundo ao longo de uma tarde de vagueio, com paragens em sete ruas e recantos da cidade. Ou dos convidados.

Entre nomes nacionais e internacionais, sobressaem os autores e especialistas portugueses e de países de língua portuguesa, como André Letria, Filipe Melo, Isabel Minhós Martins, Mirna Queiroz, Matilde Campilho, Ondjaki e Rui Zink. Com streaming garantido, estes e muitos outros vão juntar-se, online ou na cidade, no São Luiz e no Museu da Farmácia, para debater diferentes temas da actualidade, como o papel do português no quotidiano de milhões de pessoas, a renovação dos conceitos de lusofonia, o mercado nacional do livro infantil, as grandes bibliotecas privadas e as livrarias independentes.

“Vamos ter também itinerários literários, que são peças importantes deste festival porque têm a ver com esta vontade de ocupar o espaço público e urbano e de cativar as pessoas, mesmo aquelas que são apanhadas desprevenidas nas ruas e não fazem ideia do que é o Lisboa 5L”, diz por entre risos. “De resto, esperamos esgotar os espaços dentro das limitações esperadas.” Para não perder pitada, basta consultar o site do festival. Vale a pena ressaltar que a participação em algumas das actividades requer pré-inscrição.

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