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PRIO Softboard Heroes: o campeonato de surf mais solidário do país está de volta a Santa Cruz

O objectivo é angariar fundos para associações portuguesas, numa prova que reúne profissionais da modalidade e figuras públicas.

Escrito por
Sara Sanz Pinto
PRIO Softboard Heroes
FRANCISCO CRAVEIROPRIO Softboard Heroes
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O PRIO Softboard Heroes, marcado 12 de Julho em Santa Cruz, está aí à porta com um objectivo claro – doar 18.000€ a instituições de solidariedade portuguesas. O evento já vai na sua quarta edição e este ano as organizações a serem beneficiadas são a Associação Humanitários dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras, a Terra dos Sonhos, a Ajuda de Berço e a Skoola. Como de costume, estas vão ser representadas por equipas compostas por surfistas profissionais, jovens promessas e figuras públicas.

Entre os participantes há atletas como Francisco Alves, João Kopke, Luís Perloiro e Francisco Almeida, assim como personalidades como Rita Piçarra e António Raminhos. Todos irão competir com softboards, ou seja pranchas de surf com um acabamento de material macio como a espuma, semelhante às pranchas de bodyboard, em vez de serem revestidas a fibra de vidro.

O evento, aberto ao público, também conta com a participação de artistas, tais como Skeleton Sea, Arroz de Polvo, Gonçalo Mar e The Trash Traveller, com uma exposição exclusiva das suas obras de arte na praia, e actuações de bandas, incluindo uma da Associação Skoola. A Time Out esteve à conversa com Tiago ‘Saca’ Pires, o primeiro português a pertencer ao circuito mundial, que após se ter reformado da elite promove a solidariedade através do surf.

PRIO Softboard Heroes
FRANCISCO CRAVEIROTiago 'Saca' Pires

Como é que surgiu esta ideia de um evento de surf solidário com umas pranchas molinhas, por assim dizer?
A ideia de fazermos este evento surgiu durante o covid, quando vimos o Surf Out, aquele que era então o nosso maior evento, a ser cancelado devido às restrições sanitárias impostas. Íamos para a terceira edição a realizar na Ericeira e claro que como não podia haver ajuntamentos, aquilo sendo uma feira de surf não tinha como acontecer. Ficámos como a maioria das pessoas, trancados em casa e a pensar em coisas, todos da indústria do surf estavam muito assustados e em baixo, e foi então que surgiu a ideia de fazermos um evento mais pequenino para ajudar algumas instituições e levantar um pouco a moral das pessoas. Arranjámos um formato de evento possível, ou seja quatro equipas de quatro surfistas, porque na altura, não sei se lembram, na praia não podia haver ajuntamentos de mais de quatro pessoas.

Como funciona a vertente solidária do evento?
Todos os anos escolhemos quatro associações para as ajudarmos através do surf. Começámos assim em 2021, já vamos para a quarta edição e tem corrido sempre muito bem. É um campeonato de surf normal, com quatro equipas de quatro surfistas, pertencentes a quatro categorias (profissionais homens e mulheres, juniores, e friends/celebridades), e cada uma delas representa uma das associações a apoiar. Tal como numa prova qualquer, os atletas são distribuídos numa grelha normal de baterias e a sua prestação dentro de água determina quem avança e quem é eliminado. Os resultados que vão obtendo nos heats correspondem às quantias que vão amealhando ao longo do dia de prova a favor da instituição que representam. É uma forma divertida e disruptiva de distribuir dinheiro, digamos assim.

O que mudou desde a edição inaugural?
Tem-se mantido quase tudo, as únicas coisas que mudaram foi a estrutura que cresceu um pouco e o prize money, que tem aumentado todos os anos e que é uma coisa de que nos orgulhamos bastante. Esforçamo-nos muito para todos os anos aumentarmos em 20% aquele que é o bolo a distribuir pelas associações. Os surfistas vêm todos pro bono surfar, ajudar e representar as suas associações.

E porquê as softboards?
É mesmo para trazer o fun para cima da mesa. Os surfistas vêm para a praia sem prancha, temos um rack com cerca de 30 pranchas de marcas da indústria das pranchas de softboards. Nos dois primeiros anos, os surfistas podiam escolher as pranchas, mas no ano passado, para lhes complicarmos mais a vida, arranjámos uma roda da sorte gigante e antes dos heats as pranchas são decididas por sorteio. 

O campeonato acontece sempre na Praia da Física em Santa Cruz?
Sim. Precisávamos de um sítio fixo para fazer o evento e precisávamos de um parceiro que tivesse meios e vontade para entrar connosco neste evento. É tudo feito com o upcycling de materiais velhos, e esse é um pouco o espírito e a filosofia do Noah Surf House. A nossa estrutura é toda sustentável, usamos lençóis velhos do hotel pintados por artistas para dar visibilidade a quem nos apoia, em vez de lonas impressas com os nomes dos patrocinadores. A pegada do evento é praticamente nula, não produzimos nada excepto as licras de competição, que mudam todos os anos, porque as instituições a ajudar também mudam.

O evento é aberto ao público?
Sim, as pessoas podem assistir ao campeonato na praia e há zonas que vão estar abertas ao público, como é o caso da exposição com as obras de arte e do próprio leilão que será feito no local através de uma app. Parte do dinheiro arrecadado também irá para as associações convidadas este ano. 

Praia da Física, Santa Cruz. Sex 9.30. Entrada livre.

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