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O alerta surgiu nas redes sociais: a placa de uma agência imobiliária voltava a fazer a frente do antigo Cinema King, em Alvalade, mostrando que o local que foi explorado durante mais de 20 anos pela Medeia Filmes, do produtor Paulo Branco, volta a estar disponível para exploração. A Time Out confirmou que o espaço de 2211 metros quadrados, composto por três salas de cinema e um bar, está à venda por 1,95 milhões de euros. Em alternativa, poderá ser arrendado pelo valor mensal de 10 mil euros.
Segundo a agência imobiliária que está a intermediar o negócio, o espaço esteve arrendado durante o último "ano e meio", por um inquilino que pretendia "desenvolver ali um projecto de cinema alternativo". Mas "as coisas correram mal", admitiu fonte da agência, que preferiu manter o anonimato. O cinema voltou, por isso, a entrar no mercado imobiliário em Novembro, tendo já sido alvo de algumas propostas de exploração (nenhuma resultou, por enquanto, em contrato).
Recorde-se que a última sessão de cinema no King foi há praticamente dez anos, a 23 de Novembro de 2013, numa altura marcada pelo fecho de salas emblemáticas da cultura lisboeta, como o próprio King ou o Cinema Londres, que ressuscitou pouco depois do encerramento como loja de produtos chineses. Um pouco mais tarde, em 2019, foi o Monumental a fechar portas, cabendo agora ao Ministério da Cultura avaliar as possibilidades de funcionamento do espaço enquanto cinema (há duas propostas nesse sentido em cima da mesa, embora a actual proprietária, a Merlin Properties, tenha pedido a desafetação do espaço à actividade cinematográfica).
Em 2014, meses após o fecho do King, o edifício do antigo cinema foi vendido em leilão por 1,2 milhões de euros. Desconhece-se, no entanto, quem será o seu actual proprietário. Numa publicação de 25 de Novembro, num grupo de vizinhos de Alvalade no Facebook, o membro Bruno Cochat escreveu o seguinte: "O nosso King Triplex está à venda! Afinal, os rumores de que tinha sido adquirido pela Junta de Freguesia e que seria entregue a um grupo de malta do cinema independente não passavam disso mesmo..."
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