[title]
O festival que trouxe o cinema independente de todo o mundo a Lisboa está de parabéns. Este ano, o IndieLisboa abre as portas a 314 filmes, entre curtas e longas-metragens, assinalando assim em grande a sua 20ª edição. Como sempre, o epicentro será o Cinema São Jorge, numa programação que também se estende à Culturgest, Cinemateca Portuguesa e Cinema Ideal, além dos novos parceiros Cinema Fernando Lopes e Piscina da Penha de França. Mas vamos aos destaques, começando pelo princípio – e também pelo fim.
Nas sessões de abertura e encerramento, inseridas nas Sessões Especiais, o foco vira-se para o cinema independente norte-americano. Primeiro com Something You Said Last Night, a primeira longa-metragem da realizadora e argumentista Luis De Filippis que chega a Lisboa com alguns prémios no bolso. Acompanha uma jovem adulta trans aspirante a escritora, durante umas aborrecidas férias com os pais e a irmã. Na outra ponta, a sessão de despedida, será exibido The Adults, o novo filme de Dustin Guy Defa, protagonizado por Michael Cera. Esta produção encaixa-se no subgénero conhecido como 'mumblecore', uma definição que se justifica pelos orçamentos especialmente baixos, diálogos naturais e improvisados ou a utilização de câmaras portáteis. Um drama sobre três irmãos desiludidos “com o idealismo da juventude e o cinismo da vida adulta”, descreve a organização do festival.
Na Competição Nacional, que será composta por seis longas, três médias e 16 curtas-metragens, assinala-se o regresso de Susana Nobre – o prémio Melhor Longa-Metragem Portuguesa no IndieLisboa 2021 com No Táxi do Jack – com o filme Cidade Rabat, uma “comédia melancólica” sobre Helena, uma produtora de cinema que, com a morte da mãe, se apercebe “que se encontra a meio caminho entre o começo e o fim da vida”, despertando em si “uma nova juventude”. Na mesma competição, uma concorrência de peso: o díptico Mal Viver | Viver Mal, de João Canijo, realizador que venceu o Urso de Prata no último Festival de Cinema de Berlim. Em Mal Viver fala sobre uma família que gere um hotel decadente na costa norte de Portugal; em Viver Mal foca-se nos hóspedes do hotel ao longo de um fim de semana.
Outra novidade é que, este ano, o programa 5L – uma parceria com o festival literário municipal Lisboa 5L – é rebaptizado para Cinema-Cidade e será dedicado ao tema Centro e Fugas. Um ciclo inserido no IndieLisboa que "celebra a faceta multicultural da vida da cidade através de um programa que põe em evidência ligações e rupturas entre centro urbano e periferia." No total, serão exibidas três longas e quatro curtas-metragens, como O Fim do Mundo, do luso-suíço Basil da Cunha, vencedor do Prémio de Melhor Longa-metragem Portuguesa no festival IndieLisboa de 2020; ou La Haine (1995), um clássico do cinema francês sobre abusos policiais nos bairros pobres de Paris.
Para esta 20ª edição, sete festivais europeus juntaram-se para criar a secção Smart7 e fomentar a circulação de títulos criados pelo continente fora. Uma rede composta pelo Festival Internacional de Cinema New Horizons (Polónia), o IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema (Portugal), o Thessaloniki International Film Festival (Grécia), o Festival Internacional de Cinema da Transilvânia (Roménia), o Festival Internacional de Cinema FILMADRID (Espanha), o Festival Internacional de Cinema de Reykjavik (Islândia) e o Festival Internacional de Cinema de Vilnius Kino Pavasaris (Lituânia). Entre os sete filmes que compõem esta selecção, encontra-se Índia, do português Telmo Churro, filme que no elenco tem algumas caras bem conhecidas como Márcia Breia, Maria Emília Correia, Lídia Franco ou Rui Mendes.
Os bilhetes ficam disponíveis a partir de dia 13 de Abril, quinta-feira, e a programação completa pode ser consultada aqui.
IndieLisboa - 27 de Abril e 7 de Maio. Vários locais e horários. Bilhete normal: 5€ (3,20€ na Cinemateca)
+ FIMFA Lx volta à cidade com mais de 20 espectáculos e uma festa de anos
+ ‘Citadel’, uma série que vai dar a volta ao mundo em spin-offs