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Depois de hygge e de lagom, sai mais um conceito da Escandinávia para nortear o dia-a-dia. "Felicidade" é a fórmula proposta por Meik Wiking, autor de Os Segredos das Pessoas mais Felizes do Mundo.
Ser autor de um best-seller pode contribuir para alguma felicidade, mas não explica tudo. Digamos que as condições de vida no seu país terão algum contributo para vários sorrisos nos lábios. Senão vejamos um balanço geral da "superpotência da felicidade". "São quatro da tarde em Copenhaga. As ruas estão cheias de ciclistas, de pessoas que saem do emprego para ir buscar os filhos à escola. Vemos um casal que partilha as 52 semanas de licença de maternidade e paternidade (...). Um grupo de estudantes nada na água limpa do porto, descontraidamente, porque além de não pagarem propinas na universidade, também recebem o equivalente a 640 euros (depois de impostos) do governo, todos os meses. Tudo está sadio no Reino da Dinamarca", descreve o dinamarquês Meik Wiking.
Bom, quase tudo. No melhor pano cai a nódoa: há quatro anos um comboio atrasou-se cinco minutos. "Os passageiros receberam pedidos de desculpas individuais, por meio de carta, do primeiro-ministro, e uma cadeira de um designer à sua escolha". Pois, quem devia ler este livro se calhar não é você, mas os seus governantes – e entretanto, já teríamos redecorado a casa.
Depois de O livro do hygge, Wiking volta à carga. Presidente do Happiness Research Insitut (sim, há um instituto que estuda a felicidade), não só partilha da ideia de que o seu país é um dos mais felizes do mundo como de que é possível espalhar essa fórmula pelas demais nações, mesmo que a sua cidade se assemelhe menos a uma espécie de utopia.
"Uma caça ao tesouro de uma vida boa e feliz" é o desafio inscrito n' O livro do lykke – Os segredos das pessoas mais felizes do mundo, uma edição Zero a Oito acabadinha de sair. E agora, descartamos o termo hygge? Nem pensar. Essa prática sem tradução directa que sumariza a atenção dada aos prazeres simples da vida é a pedra de toque do quotidiano, rumo ao almejado lykke. De resto, o livro reúne lições de felicidade oriundas dos quatro cantos do mundo, inspiradas na forma como nos relacionamos com os vizinhos, como cozinhamos ou como usamos o nosso tempo.
Palavras como convívio, dinheiro, saúde, liberdade, confiança e bondade funcionam como pilares para que no final todas as peças se encaixem nos devidos lugares. E antes que pense que tem em mãos mais um exemplar de auto-ajuda, recheado de balelas inalcançáveis, olhe que o saber não ocupa lugar e Wiking partilha vários dados interessantes sobre cada um daqueles eixos.
Sabia que na Turquia há uma máquina automática que dá comida a cães em troca de garrafas? Ou que Málaga é das cidades mais sorridentes do mundo? Ou ainda que há uma comunidade mundial onde pode fazer boas acções de forma aleatória (www.randomactsofkindness.org)? Bom, e se ler já o faz feliz quanto baste, nada como começar por aqui.