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Queer Lisboa e “um olhar complexo” composto por mais de uma centena de filmes

De 20 a 28 de Setembro, o festival de cinema Queer Lisboa põe os olhos no futuro, entre soluções e utopias. O programa é composto por mais de uma centenas de filmes, produzidos em várias partes do mundo.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
Isadora Neves Marques
©DR'As Minhas Sensações São Tudo o que Tenho para Oferecer', de Isadora Neves Marques
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108. É este o número de filmes que integra a programação da 28.ª edição do Queer Lisboa, o mais antigo festival de cinema de Lisboa. Como sempre, as telas principais são as do Cinema São Jorge, onde o público poderá assistir a produções de vários países e nos mais variados formatos.

Entre curtas e longas-metragens, do documentário à ficção, a organização do Queer Lisboa revela que dos muitos filmes que integram esta edição propõem “um olhar complexo sobre as realidades das pessoas e comunidades LGBTQI+ nas mais diversas geografias, nos seus confrontos externos, mas também internos, no que é que significa ser-se queer, hoje, nas suas múltiplas expressões e desafios”. Em particular, numa altura em que o discurso de ódio volta a ganhar espaço, encontrando particular expressão na homofobia à xenofobia. Aliás, temas sensíveis como a crise dos refugiados no Mediterrâneo, o conflito no Médio Oriente ou mesmo a emergência climática serão alguns dos temas desta edição, juntando-se a um festival sem preconceitos e também a “propostas irreverentes, obras radicais que exploram os limites da representação explícita da sexualidade, e até paródias e comédias com segundas leituras”.

Nesta edição, a organização promete um “cinema que gradualmente olha para fora, que abraça o que está à sua volta, que pensa e ousa desenhar soluções, sejam elas puramente pragmáticas ou utópicas”. Alguns dos títulos que vão estar em exibição passaram recentemente pelo circuito de festivais de cinema internacionais, de Cannes a Berlim, como é o caso da curta-metragem portuguesa As Minhas Sensações São Tudo o que Tenho para Oferecer, de Isadora Neves Marques, que marcou presença na selecção oficial da Semana da Crítica de Cannes, em Maio passado.

William E. Jones
©DR'All Male Mash Up', de William E. Jones

Em destaque estará ainda a retrospectiva deste ano, dedicada ao norte-americano William E. Jones, em colaboração com a Cinemateca Portuguesa. Um cineasta experimental que tem dividido o seu talento nas mais diversas áreas, artes plásticas incluídas, mas cuja obra tem como fio condutor o aproveitamento de materiais audiovisuais e fotográficos de arquivo para reinterpretar e recontextualizar diversos temas, da Guerra Fria ao período pré-epidemia da SIDA nos EUA.

O programa completo, que também inclui actividades paralelas como debates, performances, uma exposição e três festas (no Purex, Casa do Comum e Arroz Estúdios) pode ser consultado no site do festival.

Queer Lisboa. Cinema São Jorge. Avenida da Liberdade, 175. 20 a 28 de Setembro. Bilhete normal: 4,50€ (Cinemateca: 3,50€)

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