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Quiosque do Adamastor reabriu – atrás das grades e sem conhecer o futuro

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
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Esteve fechado durante dez dias para a limpeza anual e reabriu esta segunda-feira. Falámos com Rosa Lages, gerente do quiosque, e o futuro desta concessão ainda está indefinida.

"Estamos sem respostas, sem notícias, está tudo na mesma”. As palavras são de Rosa Lages, a mulher à frente do Quiosque do Adamastor há 23 anos, enquanto explicava à Time Out que ainda tem mais seis anos de concessão deste espaço hoje rodeado por grades. O final do ano costuma ser a melhor altura para pintar o velhinho quiosque, normalmente vítima de graffiters pouco talentosos. O que obrigou a fechar portas dez dias durante as festas. Reabriu esta segunda-feira. Mas, fora a nova camada de tinta, está tudo na mesma indefinição a que foi votado no último meio ano o Miradouro de Santa Catarina.

quiosque do adamastor, miradouro de santa catarina 2019

Fotografia: Duarte Drago

A vista para o vizinho miradouro e também para o Tejo é feita através das grades e Rosa Lages diz sentir-se mesmo numa prisão, já que o balcão por onde serve os clientes é virado para a cerca que agora rodeia o espaço público, actualmente apenas visitado por uma pomba ou outra. Isto sem contar com a noite da passagem de ano, quando foi cortada a vedação ilegalmente e alguns cidadãos portugueses e estrangeiros voltaram a ocupar o miradouro. Mas foi sol de pouca dura.

Sobre as regras para uma futura concessão do quiosque, que também passará pela manutenção do espaço público de todo o miradouro, limpeza e segurança incluídas, Rosa Lages é rápida no gatilho: "Nós já limpamos sem ser responsáveis por isso. Limpamos o nosso lixo e o que não é nosso. Não vendemos sangria nem cervejas de litro e os serviços de limpeza urbana não actuam em conformidade”, lamenta, acrescentando que nem as folhas que caem no chão são retiradas. “No Camões é um nojo”, desabafa, referindo-se ao chão que rodeia o quiosque desse largo, lembrando que apesar de hoje não existir relva no miradouro também a chegaram a limpar. E faz uma ressalva: “Isto não é um jardim, é um miradouro. Só precisamos de limpeza, higiene e segurança. E nunca tive medo de estar aqui”.

O miradouro encontra-se encerrado desde o Verão passado e a gerente do espaço lamenta que esta situação tenha afectado o negócio em 80%: “As pessoas só de verem as grades não vêm”.

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